sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Os problemas internos e as provocações externas

Todos os jogos são, para cada jogador, como gigantescos adversários que têm de driblar. Sabemos como o futebol pode ser cruel: num segundo cria um herói mas em metade do tempo o destrói. Não há jogador algum que tenha apenas bons momentos, que esteja sempre em alta, que tudo lhe saia bem. Seria impossível que assim fosse, também, porque não estamos a falar de um robot mas sim de um humano errante. É aqui, precisamente, que entra a componente psicológica de cada um. Para um jogador de topo mundial, não chega ter talento de sobra.

O mesmo acontece num clube: pode ter meia-dúzia de figuras de proa mas, se não houver uma equipa forte e unida, nunca conseguirá alcançar o sucesso. Pretendo, com isto, chegar ao actual momento da Selecção nacional. Portugal está, neste momento, numa situação complicada para conseguir o apuramento para o Mundial 2010. Aliás, penso que haverá uma larga percentagem de portugueses que já não têm esperança em que como Portugal consiga a presença na África do Sul. Portanto, como é uma situação complicada,deveria existir maior cuidado na forma como se tratam algumas situações.

Não pretendo colocar em causa o espírito de grupo da Selecção nem muito menos a atitude com que encaram cada jogo. Tivemos, no entanto, bem recentemente dois casos que podem melindrar a estabilidade que se exige nesta altura. Primeiro, houve o mal-entendido entre os dirigentes da Federação e Cristiano Ronaldo devido ao facto de o capitão nacional ter falhado o particular com o Liechtenstein - Madaíl e Queiroz criticaram o Real Madrid mas Ronaldo mostrou-se desiludido com os responsáveis e os adeptos portugueses por terem posto em causa a sua gripe que o impediu de jogar.

Agora, durante a semana que antecede os jogo decisivos frente à Dinamarca e à Hungria, Gilberto Madaíl falou num aumento dos prémios em caso de vitória sobre os dinamarqueses e os húngaros. Deco ficou incomodado com as declarações, considerou-as infelizes, garantiu que nada há a apontar à atitude dos jogadores e que não estão na Selecção devido aos prémios. Não querendo empolar em demasia estas duas situações, parece-me que foram mal geridas e são absolutamente prejudiciais, ainda para mais se atentarmos à fase complicada em que a Selecção nacional se encontra.

Houve ainda tempo para algumas provocações dos jogadores dinamarqueses. É a tal psicologia que se falou acima. John Dahl Tomasson, capitão da Selecção de Morten Olsen, afirmou que Portugal foi ao Brasil comprar um ponta-de-lança - algo que, de acordo com o Maisfutebol, já motivou um pedido de desculpa oficial. Simon Kjaer, defesa-central, quando questionado sobre a forma de parar Cristiano Ronaldo avançou que terá de levar algumas pancadas. São declarações que nos fazem recordar Stijn Stijnen, guarda-redes belga, que em 2007 afirmou algo semelhante (bem mais duro, contudo!). As palavras dos dinamarqueses, mais do que qualquer prémio monetário, devem ser motivadoras para os jogadores portugueses. E para afixar no balneário, como um dia fez Mourinho...

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