sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Eficácia, acima de tudo o resto

No futebol, pouco importa o número de remates e de ataques que determinada equipa consegue fazer num jogo. São valores que contam, acima de tudo, para engordar a estatística. Mais do que fazê-lo em quantidade, interessa fazê-lo em qualidade. É aqui que entra a eficácia, isso sim verdadeiramente importante para uma equipa ter sucesso. Temos dois exemplos recentes que comprovam esta ideia na perfeição. Os dois recentes jogos da Selecção portuguesa. Na Dinamarca, Portugal rematou imensas vezes (cerca de trinta e cinco) enquanto na Hungria fez apenas um terço disso. O resultado, porém, foi um golo em cada um deles.

Hoje em dia, no futebol actual, é cada vez menos frequente vermos uma equipa que alcança um largo número de golos marcados. Aliás, sempre que isso sucede diz-se que é à moda antiga, o que, por si só, mostra bem como agora raramente aparecem resultados muito desnivelados. De nada vale que se remate muitas vezes à baliza contrária, se nenhumas dessas oportunidades se concretiza. O mesmo se aplica ao tipo de futebol apresentado ou, como diria Manuel Machado, à componente estética. Muitas vezes, jogar bem, fazer boa circulação de bola e deixar o adversário entalado no seu meio-campo não é sinónimo de vitória.

Obviamente que o adepto quer ópera em todos os jogos. Por que razão vai ao estádio? Para ver a sua equipa jogar e, sobretudo, vencer mas também para assistir a um bom espectáculo recheado de golos. Na Selecção nacional, todos os portugueses desejariam que assim tivesse sido na Dinamarca e na Hungria. No primeiro, ninguém se pode queixar da exibição mas apenas do injusto empate que deixou sabor a derrota. Em Budapeste, na quarta-feira, a história foi bem diferente: má exibição, merecedora de críticas, mas uma vitória, ou seja, foi alcançado o mais importante e que ainda nos permite estar na luta por um lugar no Mundial. Um jogo eficaz e pragmático, sem brilhantismos. Para nós, bem melhor do que o de Copenhaga...

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