sexta-feira, 10 de julho de 2009

"Não faço milagres!"

Não faço milagres, não sou o Merlin nem o Harry Potter. A pergunta era sobre novos reforços. E sobre as expectativas para a nova época. Irónica, a resposta de José Mourinho foi essa. No seu estilo habitual, neste primeiro dia da temporada em Milão, Mourinho afirmou que este não é o plantel que mais desejava mas é o possível. No entanto, deixou bem claro que a afirmação não se tratava de uma crítica aos dirigentes milaneses: "Não sou crítico, desiludido ou arrependido. É a realidade e temos de nos adaptar a ela". Voltemos a uma frase célebre de Mourinho, ainda no Chelsea: sem ovos não se fazem omoletes. É precisamente isso que pretende passar.

O Inter não foi, nem por sombras, dos clubes mais interventivos no mercado. O destaque foi inteirinho para o Real Madrid, mas o treinador português garante que isso não lhe tira o sono: "Podemos nem defrontar o Real Madrid e, por isso, não me preocupa". E os clubes italianos? "Nenhum me preocupa e todos me preocupam. Quem pensa que não precisa melhorar é parvo". Ilucidativo. Embora tenha acertado as contratações de Thiago Motta e Diego Milito, a verdade é que o clube campeão italiano não correspondeu a dois desejos principais do treinador: Deco e Ricardo Carvalho, por considerá-los demasiado caros.

Já na temporada passada, José Mourinho não construiu uma equipa à sua imagem. Apenas fez algumas mudanças ao legado de Roberto Mancini. Sagrou-se campeão italiano mas falhou na Liga dos Campeões, algo há muito esperado por dirigentes e adeptos. Nesta sua segunda época, a conquista europeia foi apontada como fundamental. Contudo, Mourinho volta a não ter capitais para investir como bem gosta, tal como acontecia no Chelsea. Assim sendo, mais uma vez, a ideia que fica é a de que este Inter é demasiado curto para vingar na Europa. Mourinho sabe-o. E já fez questão de o dizer. Porque não é milagreiro e para não lhe vir a ser cobrado.

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