sexta-feira, 24 de julho de 2009

Adeptos que não sabem estar

Há uma frase bastante utilizada que diz que, em Portugal, os adeptos gostam dos clubes e não de futebol. Existe a chamada clubite, impeditiva de ver o que quer que seja de forma imparcial. O futebol deve ser vivido com paixão e emoção mas nunca com fanatismo que leve a que sejam ultrapassadas as fronteiras do espectáculo. Afinal, é apenas um jogo. Nem sempre se pensa assim. Os adeptos, sobretudo dos três grandes, vivem quase num clima de guerra onde os outros são vistos como inimigos. E não como pessoas que defendem exactamente a mesma coisa, só que em clubes diferentes.

Confesso, leitor, que me faz uma certa impressão que o futebol seja assim encarado. Dir-me-ão que é a lógica do jogo, eu aceito. No entanto, desejar que algo de mal aconteça a um defensor do clube rival do nosso é ridículo. É triste, principalmente. Por essa razão, os jornalistas desportivos estão mais expostos às críticas: são do clube A, B ou C e só querem destruir os outros. Não importa se são ou não bons profissionais porque são facciosos e abutres como é usual dizer-se. Porém, a maioria dos adeptos, e é desses que aqui falamos, não consegue despir a camisola e ser objectivo. O mesmo de que acusam os outros.

O futebol é o desporto-rei, provoca ódios e tem uma interferência tremenda na vida das pessoas. Hoje faleceu Rui Cartaxana, ex-director do Record. Inacreditavelmente, foi uma boa notícia para muitos adeptos. Revolta. Como é possível? Não entendo. Asseguro que não gostava dos seus textos e, por essa razão, poucos foram os que li. Lá teria a sua opinião, tal como eu tenho a minha e o leitor terá, muito provavelmente, uma diferente. Sendo bom jornalista ou não, nada justifica que se fique feliz com uma notícia destas. Enfim, é triste. Muito.

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