domingo, 15 de março de 2009

Aceleração para o tetra?

ANÁLISE JORNADA 22 - LIGA SAGRES

Chama-se Roberto, é jogador do Vitória de Guimarães e é o principal responsável pelas mudanças na classificação do campeonato. Foi com um golo seu que a equipa de Manuel Cajuda derrotou o Benfica, na Luz. A oito jornadas do fim, os encarnados ficaram mais longe da liderança e viram-se ultrapassados pelo Sporting. Está mais confortável o FC Porto com quatro e cinco pontos de vantagem para os rivais. Será que embala para o tetra?

Vamos começar, então, pela derrota do Benfica. Sabia-se que seria um jogo complicado para os encarnados mas nesta fase da época todos eles são, existe uma pressão terrível de ganhar. A equipa de Quique Flores falhou. Porque faltaram ideias, faltou chama, faltou querer. A primeira parte não teve grande história à excepção de um remate de Desmarets que Moreira defendeu bem. De qualquer forma, esteve melhor o Benfica tendo mais controlo quer do jogo quer da bola; não havia, porém, as tais ideias para incomodar Nilson. No reatamento, a equipa do Benfica mostrou-se algo nervosa, com vontade de chegar o mais rápido possível ao golo. Só que para isso era necessário um discernimento que os encarnados não tinham. Face a tamanha falta de ocasiões de golo, Quique Flores mexeu na equipa. Mexeu mal. Retirou Cardozo, ainda que desinspirado era o único avançado em campo, e lançou Nuno Gomes. Contudo, pertenceu a um médio, Katsouranis, um lance de ataque mas o remate saiu para fora. Aproveitou o Vitória de Guimarães para, aos 66 minutos, chegar à vantagem com um golo de Roberto. Três minutos depois disso, Nuno Gomes dispôs de uma oportunidade soberana para empatar mas Nilson foi melhor. Apareceu mais uma oportunidade de ouro, já em descontos, num remate de Balboa para fora. À quinta tentativa, o Vitória conseguiu mesmo derrotar o Benfica. Na Luz, numa exibição fraca dos encarnados que deixaram o título mais longe.

González & González. Não é o nome de nenhuma multinacional mas fazem uma boa sociedade: um é Lucho, o outro Mariano. Foram eles os principais destaques da vitória do FC Porto sobre a Naval, que permitiu aos portistas ficar com mais vantagem sobre o segundo lugar, agora de posse do Sporting - falaremos deles mais à frente. Haveria, à partida, um certo desgaste na equipa de Jesualdo Ferreira, muito por culpa da partida da Liga dos Campeões, com o Atlético Madrid e além disso é nos jogos em casa que o FC Porto mais desperdiça pontos. Contudo, nada disso aconteceu. Os portistas entraram com garra e com enorme vontade de chegar ao golo. Sucederam-se as oportunidades, tendo Rodríguez (falhanço incrível aos três minutos!), Mariano e Lisandro na linha da frente. A Naval aguentava o barco muito por culpa de Paulão, já com dois cortes in extremis a impedir que o FC Porto marcasse. Porém, não chegou, para travar um remate vitorioso de Mariano González, à meia hora de jogo, depois de um bom lance sobre Daniel Cruz - o tal que marcou o golo da vitória da Naval na primeira volta. O momento alto da partida estava, ainda, reservado para o minuto 68 quando a sociedade González voltou a funcionar e Lucho, com uma classe enorme, marcou o segundo golo para os portistas. Era o golo da tranquilidade, sobretudo. Até porque antes disso, Paulão quase empatou. Contas feitas, o FC Porto ganhou de forma confortável. E alguém se lembrou que faltavam Fernando e Hulk?

Ora como o prometido é devido, chegamos ao jogo do Sporting. Foi um jogo sem grande história, há que dizê-lo. Era um jogo importante para os leões se redimirem (ou pelo menos, tentarem) do jogo de Munique frente ao Bayern. O Rio Ave, a precisar de pontos para sobreviver, queria complicar a tarefa. Em vão, contudo. A equipa de Paulo Bento foi sempre a mais perigosa, esteve sempre por cima do adversário e mostrou, desde o começo, grande vontade de ganhar. A resistência do Rio Ave durou, apenas, até aos 22 minutos quando João Moutinho marcou o primeiro golo. Três minutos volvidos, o Sporting teve oportunidade de aumentar a vantagem mas Paiva foi enorme após um remate de Izmailov. Surgiu, depois, a melhor oportunidade da equipa de Carlos Brito, por Fábio Coentrão, aparecido frente-a-frente com Rui Patrício; o lance não teve consequências, porém. Já em cima do intervalo, os leões deram uma machadada final na partida: Bruno Mendes cortou a bola com a mão, foi expulso e na conversão do livre, Rochemback, fez o segundo golo. Ponto final. Porque na segunda parte e a jogar com mais um elemento, o Sporting limitou-se a gerir o resultado, sem criar situações de golo.

O derby madeirense, Nacional-Marítimo, deu empate; marcou primeiro a equipa de Manuel Machado, num bom remate de Juliano e empatou, já na segunda parte, Baba com um pontapé de moinho fantástico. O resultado agradou ao Sp.Braga, que não se viu ultrapassado pelo Nacional no quarto lugar, depois de ter empatado também o seu jogo com a Académica, denotando algum desgaste devido à sobrecarga de jogos a que os jogadores têm sido sujeitos. A luta pela UEFA está concentrada, sobretudo, em Braga e na Choupana. Até porque o Leixões está numa autêntica queda livre e foi derrotado, em Paços de Ferreira, por 4-0. Contudo, nada apaga a sensacional primeira volta realizada pela equipa de José Mota e esta quebra é natural. Na luta pela permanência, o Vitória de Setúbal voltou a ganhar, desta vez na Trofa e deixou a equipa de Tulipa com maiores motivos de preocupações. Por fim, o Belenenses voltou a não ganhar; empatou, em casa, frente ao Estrela. Mas também é justo dizer que recuperou de uma desvantagem de dois golos.

Com tudo contado, a Liga Sagres regressa dentro de três semanas. Num estádio perto de si.


A FRASE DA JORNADA:


Não sou o Zandinga nem a Maya mas os primeiros quatro lugares já estão entregues.
Manuel Machado, treinador do Nacional


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