terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

António Boronha: o dirigente e o blogger

António Boronha é um nome bem conhecido do futebol português. Começou por ser dirigente do Farense, o seu clube de sempre, mas ficou conhecido na Federação Portuguesa de Futebol, onde foi vice-presidente de Gilberto Madaíl. Em 2002, na fase pós-Mundial demitiu-se. Afastou-se do futebol e passou, então, a escrever num blogue (antonio boronha). Com grande sucesso.

"HOUVE MÁ LIDERANÇA NA COREIA"

FUTEBOLÊS: Foi durante largos anos dirigente desportivo, primeiro no Farense e depois na Federação Portuguesa de Futebol. Que recordações guarda desse tempo?
ANTÓNIO BORONHA: As melhores e as piores nos dois lados. No Farense, as grandes alegrias desportivas - entre as quais saliento a participação nas final e finalíssima da Taça de Portugal, em Junho de 90 - que nunca tive muito tempo para saborear devido às permanentes dificuldades financeiras; na Federação vivi o mandato de ouro em termos desportivos: campeão da europa de júniores em 1999, idem de juvenis em 2000, 3º lugar no Euro 2000 em AA e idêntica classificação no Mundial de futsal, disputado na Guatemala; pela negativa, excluídos os meus dois colegas de área, o Augusto Oliveira e o falecido Carlos Silva, as faltas de qualidade e de carácter dos 'pares' que comigo se sentavam à mesa da direcção da FPF.

F: Destacou-se como 'vice' da FPF e saiu após o Mundial 2002. Por que o fez?
AB: Sobretudo pelo que disse na resposta anterior. No final do mandato senti-me rodeado de 'macaquinhos' mais preocupados em mostrar as 'habilidades' ao chefe do que em tratar dos muitos problemas do futebol português.

F: Esse Mundial foi catastrófico para Portugal. Passou sempre uma imagem de desorganização e de falta de liderança. Concorda?
AB: Concordo que essa foi a imagem que passou para o exterior. Mais do que falta de liderança houve má liderança. Primeiro, e desde logo a partir do início do ano de 2002, má por ausente e desatenta da parte do seleccionador António Oliveira, depois nossa, de Madaíl e minha, no plano institucional por não termos sabido resolvê-la a tempo. Acrescente-se que no plano dos convocados a maior parte estava fisicamente de 'gatas', tendo sido o trabalho de recuperação feito, nulo.

F: Houve quem fizesse uma comparação com o 'caso Saltillo', no México em 1986. Acha o mesmo?

AB: O único elemento comum que vejo entre as duas situações é Amândio de Carvalho que nos dois casos mais não terá feito do que aquilo em que é especialista: dizer que sim à mão que lhe dá de comer. No resto penso que não. Em 86, no México, houve muito amadorismo e pouco dinheiro; na Coreia, julgo que se passou o contrário: muito dinheiro posto à disposição de maus profissionais.

F: Não saiu a bem. Sente-se desiludido?
AB: Desiludido não. Saí porque quis. Muito magoado com os defeitos de carácter das pessoas? Sim!

F: Pouco depois de se ter demitido apresentou o 'Relatório Boronha'. Fê-lo para que os portugueses percebessem melhor o fracasso da Selecção?
AB: Primeiro fi-lo porque era essa a minha obrigação; depois porque quis dizer aos meus 'colegas' da altura que não papava 'grupos'! Muito menos o 'grupo' do senhor presidente.

F: O que é certo é que nunca mais voltou ao futebol. Arrepende-se disso?
AB: Voltei, voltei! Basta ver que tenho o blogue mais lido em Portugal, maioritariamente com 'entradas' sobre futebol. Não o jogado no campo, que para isso está o Luís Freitas Lobo, o Bruno Prata e o Tadeia, mas o 'outro', o que explica muitas vezes o que se joga dentro das quatro linhas.

F: Pode-se dizer que conhece o futebol português por dentro?
AB: E por fora!

F: Tem actualmente um dos blogues mais consultados a nível nacional onde debate temas do dia-a-dia futebolístico e onde conta algumas das suas memórias. O que o atraiu na blogosfera?
AB: Entrei na blogosfera, como simples consumidor, no inverno de 2002. Comecei a aperceber-me que eram tão ou mais interessantes, oportunas e acutilantes, as opiniões que aí podiam ser lidas sobre os preparativos da 'guerra do Iraque' ou da ida do Durão Barroso para Bruxelas, do que as reproduzidas, sem 'sal' nem o tempero da independência, nos jornais. Depois, depois...seguiu-se o passo natural: montei a minha própria banca de opinião.

RÁPIDAS:


Farense: A grande e única paixão.
FPF: A história da pulhice humana sem o traço do imortal José Vilhena.
Gilberto Madaíl: O pulha-mor.
António Oliveira: Um homem que me encantou como poucos, como jogador, e desencantou como nenhum, como seleccionador nacional.
Scolari: Visto de longe, um excelente fabricante de grupos coesos mas um técnico intuitivo mas técnica e teoricamente pouco dotado.
Carlos Queiroz: Um técnico, técnica e teoricamente muito habilitado, intuitivamente pouco dotado, parecendo ter dificuldades em fazer da Selecção um grupo forte e coeso.

3 comentários:

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