sexta-feira, 27 de junho de 2008

E viva la España

Eu tinha dito que desta vez ia ser diferente, mas não. Enganei-me totalmente. A Espanha voltou a vencer a Rússia. E outra vez por números bem expressivos: 3-0 depois dos 4-1 da fase de grupos.

O jogo de Viena mostrou uma Espanha fortissíma, coesa e tremendamente bem organizada. O segredo esteve, essencialmente, em neutralizar os pontos fortes da Rússia. Ao contrário da outra meia-final, entre Alemanha e Turquia, este foi um jogo chato. Sem grandes oportunidades, muito dividido, muito físico. Durante a primeira parte, a equipa de Aragonés foi soberba tacticamente. A vigilância competente de Marcos Senna a Arshavin e de Sérgio Ramos a Zhirkov estrangulava as saídas russas, privando a equipa de Hiddink da sua arma mais forte: a velocidade. Mesmo assim, Pavlyunchenko, por dois momentos chegou a criar algum perigo para Casillas. Foi o único período em que se viu a Rússia no ataque. Entretanto acontecia um incidente fundamental para o jogo: aos 34 minutos, o super-jogador David Villa lesionou-se na marcação de um livre e Luís Aragonés fez entrar Fabregas para o seu lugar. O médio do Arsenal colocou-se como falso ponta-de-lança, com liberdade suficiente para jogar e fazer jogar, deixando as tácticas de lado.

O primeiro golo, aos cinco minutos da segunda parte, mostrou como o futebol pode ser simples e eficaz: Xavi iniciou a jogada, abriu para Iniesta na esquerda e correu para a área. Iniesta fez a tabelinha e Xavi só teve de encostar. Começava a ruir a equipa de Guus Hiddink. Daí que não tenha sido preciso esperar muito para se perceber que este jogo n ia ser muito diferente daquele do grupo D. Com Arshavin completamente apagado por Senna e sem ter o poder de ataque do jogo com a Holanda, a Rússia limitou-se a defender. O fantástico jogo de Fabregas acabou com as poucas esperanças russas: primeiro libertando para o recém-entrado Guiza, que à saída de Ankifeev, fez um chapéu perfeito ao guarda-redes russo; e a seguir dando um golo feito a David Silva que encerrou o marcador. A Rússia caiu sem glória, depois de um jogo em que nada fez!

Sem contestação alguma, a Espanha repetiu o recital da primeira fase. Não é certamente a equipa mais espectacular, mas é um equipa no verdadeiro sentido: coesa na defesa; forte no meio e letal no ataque. Eles estão aí!

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