sábado, 7 de agosto de 2010

Supertaça: Benfica-FC Porto (antevisão)

Dia um. Na época futebolística em Portugal, nas emoções, nas vibrações fortes, nas palpitações e no calor de um clássico, em Agosto, entre Benfica e FC Porto. O desgaste, o experimentalismo e as afinações da pré-época dão lugar à primeira grande disputa: Supertaça Cândido de Oliveira, entre campeão e detentor da Taça de Portugal, opõe dois dos principais emblemas do futebol português, inimigos de guerra, sempre em cenário bélico e sem baixar a guarda. Diferem como o dia da noite, nunca se irão entender, nem fazer tréguas na rivalidade que os separa e os coloca em pólos tão separados. Para o pontapé de saída na nova temporada, quebrando a monotonia dos jogos de preparação e acompanhado pelo calor de Agosto, nada melhor do que um jogo com estas características. Ganhar o campeonato nacional, saindo por cima em Maio, é o objectivo de qualquer um deles. A Supertaça, frente a um rival directo, será sempre um bom mote.

Estabilidade. O Benfica vive um período de harmonia. Manteve o treinador, a estrutura e renovou a ambição. Mesmo tendo perdido Di María e Ramires, além da dispensa de Quim, três jogadores titularíssimos na temporada anterior, os encarnados, pelo que demonstraram na pré-época e por possuírem todas as condições para assentarem o seu futebol, levam alguma vantagem sobre os principais rivais. Estarão, por isso, na pole-position. A dinâmica ofensiva, o empreendedorismo e a garra que resultaram na conquista do título nacional, quebrando um hiato de cinco anos sem conseguir triunfar no campeonato, devolveram aos benfiquistas a tranquilidade e a paz de espírito necessárias, embora tenham perdido duas pedras importantes o que levou Jorge Jesus a algumas mutações tácticas. A pré-época demonstrou que os encarnados se mantêm fortes. Só uma derrota com o Tottenham, no derradeiro jogo de preparação, refreou a euforia.

Mudança. Profunda. De mentalidade, sobretudo: André Villas Boas substituiu Jesualdo Ferreira, iniciou um novo ciclo, trouxe novos métodos, outras ideias e terá novas caras à disposição. O FC Porto, habituado a ganhar na última vintena e meia de anos, falhou o pentacampeonato, mesmo iniciando a temporada a ganhar a Supertaça e terminando com sucesso no Jamor, cedeu perante Benfica e Sp.Braga, algo que levou a que fosse necessária a adopção de uma ruptura com o passado. A pré-temporada serviu para introduzir novos jogadores, rodar a equipa, perceber quais são aqueles com quem o treinador pode contar e, mais do que isso, para testar pela primeira vez os efeitos do trabalho realizado por Villas Boas. A participação no Torneio de Paris saldou-se em duas derrotas, ante Paris Saint-Germain e Bordéus, algo que fez aumentar a apreensão dos adeptos portistas: qual a preparação para o jogo com o Benfica?

Noventa minutos, alguns mais se for necessário, duas equipas sedentas de vitória, para começarem com o pé direito e atingirem o rival no coração, muita expectativa para perceber como se encontram numa fase ainda tão precoce e quem resiste melhor. Jorge Jesus e André Villas Boas sabem a importância de começar bem, mesmo não sendo uma prova prioritária - sobretudo o portista quer provar que o FC Porto tem uma equipa capaz -, garantindo que estão prontos para a luta, esta em Aveiro, e para toda a guerra que travarão ao longo do campeonato. Sem caras conhecidas como Di María, Quim ou Ramires, no Benfica, mas com os reforços Roberto, Franco Jara ou ainda Gaitán dispostos a mostrarem-se. No FC Porto, já não há Bruno Alves e resta um vazio no centro da defesa, algo que deverá fazer Maicon saltar para a equipa titular. João Moutinho, a contratação mais sonante do defeso, iniciar-se-á como dragão.

Rúben Micael, jogador importante na segunda fase da época passada no FC Porto, e Alan Kardec, um dos destaques da pré-temporada, falharão a Supertaça por lesão. O portista, que deveria ser titular, verá a sua vaga ocupada por Belluschi. Há, posto isto, ainda duas questões nas laterais. Fucile e Maxi Pereira, uruguaios que estiveram na África do Sul, ficarão de fora das opções dos treinadores: o primeiro poderá estar de saída para o Schalke 04, o segundo não está nas melhores condições para o primeiro jogo da época. Também James Rodríguez e Walter, reforços azuis, não estarão ainda em campo nesta primeira aparição, a nível oficial, do novo dragão. Por último, Raúl Meireles: o médio português deverá seguir as pisadas de Bruno Alves, deixando o FC Porto, mas, ao contrário de Fucile, foi convocado. Tratou-se de uma surpresa. Não é crível, contudo, que Meireles seja utilizado em Aveiro. Villas Boas tem a decisão.

EQUIPAS PROVÁVEIS


BENFICA: Roberto; Rúben Amorim, David Luiz, Luisão e Fábio Coentrão; Airton, Carlos Martins e Pablo Aimar; Saviola, Franco Jara e Cardozo.

FC PORTO: Helton; Miguel Lopes, Rolando, Maicon e Álvaro Pereira; Fernando, João Moutinho e Belluschi; Hulk, Varela e Falcao.

1 comentário:

JornalSóDesporto disse...

Sempre disse que o Benfica perdia e confirmou-se que suspeitava equipa sem chama perdeu 2 jogadores cujas saídas não foram devidamente compensadas desfez-se de quim mas ainda ficou pior além do mais que devia ter ido buscar um número 10 puro mais defesa direito esquerdo e 2 extremos de qualidade e não foi e o treinador já tem a mania que é sabe pode e manda.