segunda-feira, 7 de junho de 2010

Mundial 2010: A onda que leva Portugal


Navegadores. Como n'Os Lusíadas, na partida das naus para enfrentar todos os perigos do mar, os portugueses encheram o peito de orgulho, carregando a honra nacional, preparando-se para conquistar a glória. É precisamente esse espírito guerreiro, de luta, nunca desistindo enquanto for possível ganhar, que Carlos Queiroz pretende incutir nos jogadores da selecção nacional. Verdadeiramente empurrados por uma multidão que, como noutros tempos, deu aos mãos no apoio a Portugal, deixando de lado as diferenças para se unir na procura de que a selecção parta com toda a confiança e sinta que é acarinhada pelo país, os vinte e três eleitos por Queiroz rumaram à África do Sul. Confiantes, motivados e dispostos a serem felizes. Sem se colocar em bicos de pés ou elevando em demasia a fasquia, Portugal deve acreditar nas suas capacidades. Sabendo, porém, que terá uma fase de grupos complicadíssima pela frente.

A tarefa de Portugal, na África do Sul, é tudo menos fácil. Dificilmente poderia ser pior. A selecção portuguesa, mantendo essa analogia dos Navegadores, irá encontrar dois verdadeiros Adamastores na fase de grupos do Mundial 2010: Costa do Marfim e, sobretudo, Brasil. O facto de o primeiro jogo ser frente aos costa-marfinenses, no próximo dia 15, poderá, contudo, ter um efeito positivo. A selecção da Costa do Marfim, agora liderada por Sven-Goran Eriksson, é forte, carrega o estandarte de equipa com maior potencial do continente africano e vai ganhando, com os anos, uma força cada vez maior. Isso não significa, no entanto, que se trate de um papão que Portugal deva temer. É uma equipa capaz, mas ao alcance de Portugal. Há, além disso, uma dúvida, um aperto no coração dos adeptos costa-marfinenses, uma tortura na cabeça de Eriksson: Didier Drogba, a estrela maior, um avançado letal, está em dúvida.

Começar com o pé direito, vencendo a Costa do Marfim, em Port Elizabeth, será um passo fundamental para o apuramento. Afinal, em teoria, o Brasil situa-se num patamar cimeiro e será entre costa-marfinenses e portugueses que será discutida a outra vaga no apuramento para os oitavos-de-final da competição - a Coreia do Norte, presente pela primeira vez num Mundial desde 1966, demonstra inúmeras debilidades, é frágil e pouco crível que alcance, num grupo com três opositores tão fortes, intrometer-se nas contas da passagem à próxima fase. Caso Portugal consiga uma vitória ante a Costa do Marfim, aquele que será o seu adversário directo, poderá, com um triunfo frente aos norte-coreanos, carimbar o passaporte para os oitavos, encarando o jogo frente ao Brasil, onde possuiu menos possibilidades de vitória, sem pressão. Mas é teoria... e vale o que vale. Para não ter de correr atrás do prejuízo, nada como ganhar na estreia.

Impõe-se perguntar: deve ser estabelecido, à partida, um objectivo para Portugal atingir? Não. O propósito da selecção portuguesa, pelo facto de estar inserido num grupo forte, deverá centrar-se, antes de mais, na passagem aos oitavos-de-final. Isso significará a obtenção dos mínimos que os portugueses exigem aos jogadores convocados por Carlos Queiroz. E será, ainda, o objectivo de Portugal. O que se seguir, após deixar para trás a fase de grupos, será bom e, nas eliminatórias, os Navegadores devem acreditar e procurar chegar o mais longe possível, contornando os obstáculos que lhe forem colocados no caminho. O que se pretende dizer, afinal, é que só após estar ultrapassada a fase de grupos se podem taxar novos objectivos, alargando os horizontes para uma visão mais ambiciosa e optimista. O mote para a crença foi dado na partida de Portugal e na chegada da selecção a Magaliesburg. Sonhar não custa. O futebol tem de tudo!...

O Mundial 2010 terá total acompanhamento no FUTEBOLÊS

2 comentários:

. disse...

visitem:
http://mundial2010-portugal.blogspot.com/

JornalSóDesporto disse...

Força Portugal.