sábado, 19 de junho de 2010

Minha África: Futebol de ataque em dia de surpresas

Estava o dia futebolístico a ser tão bom, com os dois primeiros jogos cheios de espectáculo, futebol atacante e ritmo intenso, para acabar com um jogo entre duas equipas que jogaram mesmo muito mal. Entramos na jornada dois, onde não há lugar ao erro e onde a rectificação de maus resultados da primeira jornada é imperativo. Por isso o futebol é diferente, mais afoito, com maior grau de risco por equipas que são obrigadas a ganhar. Com isso ganha o espectáculo e transmite desde logo a ideia que a jornada um foi a do medo e do conservadorismo. Desaire da Alemanha frente a uma Sérvia atrevida, empate entre eslovenos e americanos, um jogão e, finalmente, a decepcionante Inglaterra de Capello que teima em jogar mau futebol.

Alemanha - Sérvia (0-1): A queda do império alemão

Que grande trambolhão deu o candidato ao título. Tão bem tinha entrado na primeira jornada que, para a bolsa de apostas, o dia de hoje era de confirmação da qualidade de futebol germânico, com mais uma vitória e a passagem automática aos oitavos-de-final. Não esteve pelos ajustes a Sérvia, que esteve sempre muito bem tacticamente e com sentido atacante, primeiro no contra-ataque, depois da expulsão de Klose, mais atrevida e a chegar ao golo. Na segunda parte tudo tentou para chegar ao golo, falhou Podolski uma grande penalidade (excelente defesa do "leão" Stojkovic), para além de outras excelentes ocasiões, mas o dia era de desalento, até pelas substituições operadas pelo treinador germânico, ao optar pela saída de dois dos melhores jogadores em campo, Müller e Ozil. Alemanha com uma pressão enorme nos ombros.

Eslovénia - USA (2-2): Que grande jogatana!


Só há uma palavra para classificar este jogo: jogatana. Excelente jogo, hino ao futebol de ataque e muito crer de ambas as equipas. Eslovénia melhor a chegar cedo ao golo, o que a levou a querer controlar a partida. Curiosamente quando a selecção americana reagia, falhara até duas excelentes oportunidades de empatar, no contra-ataque os eslovenos chegaram ao segundo golo. No entanto, e apesar do intervalo, ficou sempre a sensação que esta equipa americana tinha "alma" para virar o resultado. Bateu certinho, a segunda parte foi de entrega, raça e querer, o que a levou ao empate e a poder até vencer a partida, não fosse um erro tremendo do árbitro maliano Koman Coulibaly (por que é que a FIFA quer ser democrática e chama árbitros de países sem expressão no futebol e muito fraquinhos?) anulando um golo onde não há qualquer irregularidade (a haver falta até seria de assinalar grande penalidade contra a Eslovénia). Ficam os quatro golos e uma grande exibição das duas equipas, que jogaram sem amarras tácticas. Assim vale a pena.

Inglaterra - Argélia (0-0): Desilusão Capello reino


Desilusão. Pela Argélia? Claro que não. Porque dos argelinos pouco ou nada se esperava e assim aconteceu. Pela Inglaterra? Claro. Porque da selecção inglesa e do seu conceituado técnico esperava-se muito mais. Rooney, Lampard e Gerrard são sombras de si próprios. Uma equipa que não corre, nem anda, caminha. Sem ideias, com futebol estereotipado e previsível, com muitos passes errados e com Capello a ser muito conservador. Quando se estava a ver que a equipa não criava perigo frente aos argelinos, a primeira alteração não adiantou nada, um ineficaz Lennon por um trapalhão Wright-Phillips, insistindo na presença de Heskey e deixando demasiado tempo no banco Defoe ou não recorrendo a Joe Cole, que terminou a época em muito bom plano. Agora há que dar o tudo por tudo frente à Eslovénia. Irá a tempo a Inglaterra?