segunda-feira, 19 de abril de 2010

O Benfica entrou e saiu à campeão

O teste com a Académica, em Coimbra, prometia ter dificuldade elevada para o Benfica. Os encarnados chegaram a mandar, imperiais, exibindo a altivez própria de um líder. Pressionaram, sufocaram a Académica no seu último reduto, sem dar espaço para responder, ganharam dois cantos, ameaçaram. Bastaram três minutos para a vantagem ser assegurada. Weldon é um avançado que vive na sombra mas já provou ser de extrema utilidade. Jogara ao lado de Cardozo na Figueira da Foz, marcando os dois primeiros golos do Benfica, Jorge Jesus reeditou a dupla atacante. De novo com produtividade. O brasileiro aproveitou um mau alívio, catapultou os encarnados para a frente. Ninguém, por certo, se importaria de ter uma reserva assim. Contudo, a Académica é uma boa equipa e pratica um futebol agradável - nem sempre conseguindo fazê-lo acompanhar das devidas vitórias. Tem esse pecado capital tormentoso mas prometeu luta.

A verdade é que os estudantes, embora tenham recuperado o fôlego com a entrada de André Villas Boas, desde 22 de Fevereiro que não vencem para o campeonato. Portanto, não estão tranquilos na tabela, o fantasma mantém-se, e a distância para o Leixões, primeira equipa em lugar de descida, derrotado na véspera pelo Sp.Braga, é de somente seis pontos. Após o tento de Weldon, jogando sem receios, a Académica tentou explanar o seu futebol, mostrar que a vitória benfiquista estava longe de garantida, era necessário complicar a vida ao Benfica. Conseguiram abrir o jogo, criar oportunidades para Quim intervir, aproveitar alguma passividade da defesa encarnada para ameaçar o empate. E concretizar. Apesar do início pressionante e concretizador, o Benfica baixara a guarda. Em sentido contrário, a Académica crescera, recuperando do choque inicial, insistindo nas faixas laterais do terreno para se chegar à frente.

Diogo Gomes empatou à meia-hora num remate de fora da área. Foi um sério golpe na tranquilidade encarnada que se anunciara após o golo de Weldon. O jogo estava bom, intenso e aberto. No Benfica faltava, sobretudo, um toque de génio. Apareceu Di María, Cardozo não conseguiu o desvio e Weldon, oportuno e assertivo, voltou a marcar. A três minutos do intervalo, os encarnados recolocaram-se na frente. Querem mais provas da utilidade do brasileiro? Em vantagem, com o caminho da vitória desbravado, Jorge Jesus iniciou a gestão do seu plantel. Óscar Cardozo tem sido um jogador fundamental, é o goleador da equipa (leva trinta e três golos oficiais), esteve em dúvida mas mostrou-se em condições de jogar. Foi substituído por Carlos Martins no início da segunda parte. O médio português vive um bom momento, está confiante, entrou bem e teve nos pés o golo do conforto benfiquista. A trave impediu-o.

Antes da entrada de Martins, porém, já Éder havia feito perigar seriamente a baliza de Quim e, na resposta, Di María desperdiçara o terceiro tento. Sairia, depois, o joker Weldon, decisivo de novo, para dar o lugar a Kardec e, mais tarde, Ramires substituiu Aimar. O terceiro golo logo após, a dez minutos do final. Di María, pleno de confiança, pegou na bola, levou-a no pé esquerdo, dribles sucessivos e cruzamento fatal. A fórmula do terceiro tento encarnado em tudo se aproximou à do segundo. O trabalho de Angelito voltou a ser verdadeiramente crucial. Rúben Amorim concluiu-o com um belo remate. A Académica, no entanto, ainda haveria de criar suspense em torno do resultado. William Tiero aproveitou uma desconcentração generalizada do Benfica, Quim incluído, marcou um golo que levou alguma apreensão à multidão benfiquista que tomou Coimbra. Mas a vitória não mais fugiu. O título está iminente. It's the final countdown.

1 comentário:

Jornal Só Desporto disse...

Weldon voltou a ser decisivo.