domingo, 4 de abril de 2010

FC Porto nas asas de um genial Falcao

Radamel Falcao é uma das figuras deste campeonato. É, pelo menos, a estrela maior da época do FC Porto: marcador de golos importantes, sempre disponível para a equipa, por vezes lutando isolado de forma inglória entre as defesas contrárias. Lisandro deixou saudades no Dragão, era uma imagem perfeita da máxima do antes quebrar que torcer, cerrava os dentes e enfrentava tudo. Ajudava na defensiva, abria espaços, finalizava como poucos. O FC Porto, contudo, acertou plenamente no substituto do argentino. Falcao não engana, tem uma imensa qualidade e também não dá um lance por perdido, espera sempre um erro que lhe valha uma oportunidade para marcar. São avançados que jogam essencialmente para o colectivo. Os golos marcados são o melhor contributo que podem dar. São jogadores diferentes, sim, mas ambos o fazem com enorme qualidade. Licha foi marcante em Portugal, Falcao também o quer ser.

Quarto minuto do FC Porto-Marítimo. Já os insulares tinham feito regressar um fantasma ao Dragão. A equipa de Van der Gaag saiu com a bola, colocou-a imediatamente na frente, Fernando não deu a melhor continuidade a um passe de Bruno Alves, Taka foi astuto e rematou forte. Golo. Simples, fácil, eficaz e tremendamente veloz: quinze segundos bastaram para o Marítimo se colocar em vantagem, um record nesta edição do campeonato português. O FC Porto respondeu na mesma moeda nesse quarto minuto de jogo: uma oportunidade, um golo. Guarín, pela terceira vez a titular - portistas com mesma equipa que defrontou o Belenenses numa estratégia que privilegia um meio-campo mais povoado - cruzou para a área, Falcao ergueu-se e rematou, num pontapé de bicicleta sublime, para o fundo da baliza de Peçanha. Um toque de genialidade para polvorizar o avanço maritimista. Para ver, rever e guardar.

Mais quatro minutos após a obra de arte de Falcao. Oito minutos de jogo. O FC Porto deu a volta, recuperou do susto inicial, colocou tudo no seu devido lugar. O último jogo no Dragão, com o Olhanense, servira de aviso às tropas azuis. Os jogadores portistas trocaram a bola, progrediram no terreno, Miguel Lopes cruzou largo para a área. Raúl Meireles entrou pela faixa central, respondeu com cabeçada forte numa bola escorregadia que Peçanha não defendeu de forma conveniente. Terceiro golo noutros tantos remates, eficácia estabelecida nos cem por cento. Promessa de espectáculo. Com a reviravolta, o FC Porto pôde mostrar o que trazia preparado: uma boa exibição, consistente e concentrada, servindo-se das transições, onde esta equipa é realmente forte, para chegar perto da baliza contrária, muito pela acção de Hulk e pelas subidas de Álvaro Pereira pelo lado esquerdo. O Marítimo jogou olhos nos olhos.

Jogo vivo, interessante, com equipas dispostas a incomodar as defesas contrárias. Antes do intervalo, Helton viu-se obrigado a aplicar-se a um remate de Kléber. Antes que os maritimistas tentassem arriscar mais qualquer coisa na segunda parte, o FC Porto chegou ao terceiro golo. Hulk cobrou o canto, Falcao cabeceou com convicção para chegar à vintena de golos na sua primeira época no campeonato português. Com o terceiro golo, os portistas acentuaram o seu domínio, ganharam maior tranquilidade, tiveram todas as condições para darem sequência ao que de bom tinham mostrado. O Marítimo sentiu o golo sofrido e somente por uma vez se acercou da baliza de Helton - de novo por Kléber. O jogo era do FC Porto. Os portistas não têm muito a ganhar nesta época, certo, mas apareceram motivados e dispostos a mostrarem capacidade. Para terminar, Tomás Costa lançou Hulk e o Incrível fechou as contas. De pé direito.

4 comentários:

Fábio Silva disse...

Ricardo, boa páscoa!

Abraço

Ricardo Costa disse...

Obrigado, Fábio. Boa Páscoa!

Abraço

Balakov10 disse...

Desde que o Hulk foi despenalizado que, psicológicamente o porto cresceu muito...

http://aoutravisao.wordpress.com/

Boa Páscoa

Jornal Só Desporto disse...

Grande Artigo vitória do Porto sem contestação.