quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Em pézinhos de lã para uma final escaldante

Com um ar sobranceiro de desinteresse, sem colocar os melhores nos seus lugares, em pézinhos de lã, o FC Porto está na final da Taça da Liga. Longe de ser brilhante, promovendo rotatividade do plantel, algo que mostra bem que o investimento dos dragões nesta competição é baixo. A lógica dos portistas, relativamente à Taça da Liga, é bem clara: importa ganhar, obviamente, mas se o objectivo for falhado não virá mal nenhum ao mundo por isso, afinal trata-se de uma competição que apenas surge após o campeonato e a Taça de Portugal. O exemplo mais gritante dessa espécie de boicote à mais recente competição nacional foi dado na época passada, em Alvalade, quando o FC Porto se apresentou sem nenhum dos habituais titulares - acabou derrotado por 4-1. Esta época, o pensamento foi o mesmo, o rumo diferente.

O sorteio, nas meias-finais, colocou o FC Porto frente à Académica, no Dragão. Os portistas, para além de jogarem em casa, evitaram também ter de defrontrar um grande. Superiores, favoritos a estar na primeira final em três anos. Mesmo assim, rotatividade na equipa. É essa a linha que tem sido seguida e há que mantê-la. Foi, aliás, um novo teste às alternativas que Jesualdo Ferreira tem para Helton, Fucile, Rolando, Rubén Micael, Varela e Falcao. Com Nuno, Miguel Lopes, Nuno André Coelho, Guarín, Valeri e Orlando Sá, uma equipa montada em 4x4x2, o esquema secundário, para defrontar uma Académica na busca de um sonho e moralizada pela vitória, para o campeonato, ante o Sporting, em Alvalade. A primeira parte resultou num jogo morno, equilibrado, dividido em algum ascendente a fases.

A Académica começara melhor, o FC Porto reequilibrara. Para a segunda parte era preciso mais ritmo. Jesualdo Ferreira percebeu que a equipa evidenciava dificuldades para conseguir ligar o seu jogo e construir lances de ataque, regressou ao 4x3x3. Com a mudança táctica, o FC Porto ganhou profundidade e aumentou a intensidade. Todavia, também a Académica dispôs de mais espaço para se mostrar: futebol escorreito, sem complexos, na procura da vitória, lutando de igual com o campeão. O nulo, contudo, continuava sem solução. Até que apareceu Mariano González (80'). Teve espaço, rematou forte, fez um grande golo. Justo ou não, o argentino é assim: amado e odiado, herói e vilão, agora excepcional e incrivelmente trapalhão logo após. Algarve, 20 de Março, novo capítulo de uma saga imortal: Benfica-FC Porto.

1 comentário:

Jornal Só Desporto disse...

Para mim o Porto não merece estar na final.