quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Uma estrutura necessária aos árbitros

Primeira escolha de Hermínio Loureiro para liderar a Comissão de Arbitragem da Liga, Vítor Pereira está longe de ser uma figura consensual entre os responsáveis dos clubes nacionais. Poder-se-á dizer que Pereira teve tanto de categorizado árbitro, como tem agora de controverso dirigente. O seu percurso, desde 2007, vem sendo marcado por inúmeras polémicas. Paulo Bento, enquanto treinador do Sporting, foi talvez o maior responsável pelas críticas que, num passado mais recente, a arbitragem portuguesa e, como seu líder, Vítor Pereira sofreram - os leões abandonaram, inclusivamente, a direcção da Liga. No entanto, a presidência do ex-árbitro internacional não se fica pelo exterior: Vítor Pereira tem motivado críticas internas.

Num desporto tão discutido e, sobretudo, tão sujeito ao erro quanto é o futebol, os árbitros tornam-se num foco de interesse. Em Portugal, já se sabe, desde sempre que é assim. Importa, então, que a arbitragem esteja sustentada por uma estrutura forte, um escudo, uma protecção que coloque os árbitros acima das críticas. Tal como acontece num clube, onde é ao treinador ou, em casos mais graves, aos dirigentes que cabe o papel de assumir as culpas por um eventual mau momento. Só assim, sendo isolados das pressões externas, os árbitros poderiam ter todas as condições para fazerem o seu trabalho de forma mais positiva. Esse é, leitor, um dos principais factores da instabilidade da nossa arbitragem: faltam os alicerces.

Sem que se tenha chegado ainda à profissionalização, é à Comissão de Arbitragem que cabe essa função de dar o peito às balas. Contudo, não é isso que acontece. Vítor Pereira tem, para além de algumas nomeações algo desaconselháveis, estado mal neste campo. O líder de uma equipa não pode, em momento algum, ao invés de fortalecer, contribuir para melindrar o seu grupo. Nos árbitros, o impacto é bem maior do que em qualquer clube. As críticas aos árbitros fazem sentido? Sim. Vítor Pereira assume-o, precisa de encontrar soluções. É impensável, porém, que deixe suspeitas sobre quem dirige: "houve desempenhos que não cumpriram com a missão de garantir imparcialidade no jogo". O mal começa aí: internamente.

3 comentários:

Jornal Só Desporto.com disse...

A Arbitragem está mal em Portugal e não só os árbitros como os Jornalistas não deviam ter clubes e isso não acontece certo?

São os árbitros que fazem os campeões.

Ricardo Costa disse...

Vítor,

Discordo de si. Qualquer um de nós tem o seu clube, algum com que simpatize mais ou goste de ver jogar. Os árbitros e os jornalistas, obviamente, também. No entanto, uns na hora de ajuizar com justeza, outros na hora de transmitir informações correctas, têm de ser imparciais e, claro, deixar o clube de lado. Clube que, repito, todos têm!

Ricardo disse...

publicado em:
http://www.arbifute.com/2010/02/uma-estrutura-necessaria-aos-arbitros.html

abraço