quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A curva do voo de Falcao

Radamel Falcao começou por ser uma das principais figuras do FC Porto desta temporada. Estreou-se em Paços de Ferreira, com um golo que deu o empate aos portistas. Nos seis primeiros jogos do campeonato, apenas na derrota de Braga ficou em branco. Teve, em Outubro, a sua semana de ouro: foi o autor da cabeçada que deu a vitória no clássico ante o Sporting e, dias depois, fez um extraordinário golo de calcanhar que abriu caminho à vitória do FC Porto sobre o Atlético Madrid, para a Liga dos Campeões. Aliás, foi através de um golo seu que a equipa portista assegurou a passagem aos oitavos-de-final da prova milionária.

A saída de Lisandro López que tamanho vazio deixou nos adeptos portistas parecia, então, bem colmatada com a entrada de Falcao. Jogadores diferentes, sem dúvida, mas ambos de extrema utilidade. Contudo, à medida que a época se foi desenrolando, o fulgor inicial de Falcao foi-se perdendo - aquando do jogo decisivo com o APOEL, em Nicósia, Falcao já se encontrava na fase de menor rendimento. O avançado letal deu lugar a outro perdulário. Mantém-se um jogador esforçado, lutando sempre em cada lance, entregando-se totalmente, mas não demonstra a mesma eficácia na hora de finalizar. Tem contornos idênticos à situação actual de Liedson.

Por paradoxal que possa parecer, são os lances que, à partida, terão maior probabilidade de serem transformados em golo que trazem maiores dores de cabeça ao colombiano. O penalty desperdiçado frente ao Rio Ave, no último jogo oficial do FC Porto, serviu para comprovar que Falcao não atravessa um bom momento. Um avançado vive de golos. Por mais que jogue em prol da equipa e esteja em destaque nos lances de futebol ofensivo, se não marcar não pode ter um bom aproveitamento. Ninguém dúvida de que o avançado colombiano é um jogador de enorme potencial. A qualidade não desapareceu, claro. No entanto, Falcao tem falhado na sua missão: golos.