domingo, 29 de novembro de 2009

Sporting-Benfica, 0-0 (crónica)

ONDE ANDA A ARTE DE MARCAR?

Um jogo equilibrado e dividido tinha que dar num empate. Mesmo sendo um derby.
O Sporting-Benfica teve intensidade, boas oportunidades para ambas as equipas chegarem ao golo, mas terminou a zeros. O Sporting esteve muitíssimo acima daquilo que havia feito até aqui, o Benfica não teve a criatividade necessária para marcar nem foi pressionante e incisivo como se esperaria. Em teoria, o empate seria sempre mais favorável aos encarnados, pois jogaram fora de casa. Na prática, também foi assim: não só por terem pertencido aos leões as melhores chances para quebrar o nulo mas também porque os onze pontos de distância se mantêm.

Um Sporting com dificuldades, um Benfica pleno de força. Dois grandes do futebol português que vivem agora em mundos diferentes. Um derby tem uma magia que não se explica, são noventa minutos onde tudo pode acontecer e onde o favoritismo nem sempre dá bons resultados. Lado-a-lado, Sporting e Benfica juntos num objectivo comum: ganhar. Nos leões, uma obrigação para iniciar uma recuperação que ainda lhes permita chegar ao título. Nas águias, para se manterem agarrados ao primeiro lugar e, ainda, deixaram o eterno rival definitivamente para trás. Carlos Carvalhal em busca de um tónico que faça a equipa recuperar a sua condição, Jorge Jesus atrás da afirmação.
Tudo isso num ambiente extraordinário. A convidar uma grande noite de futebol.

Hora do jogo, momento de desvendar as incógnitas que ainda restavam sobre os onze escolhidos. No Benfica, o regresso de César Peixoto à esquerda e a confirmação de Saviola com todas as condições para ser utilizado. Mais revolucionário foi Carlos Carvalhal: colocou o Sporting em 4x2x3x1, com Marco Caneira no lado esquerdo da defesa, Adrien Silva no meio-campo junto a Moutinho e ainda um tridente ofensivo com Vukcevic, Matías Fernandéz e Veloso. O novo treinador prometera atitude de leão nos seus jogadores e o início da partida trouxe um Sporting determinado, disposto a assumir o jogo. Liedson foi o primeiro a criar algum perigo, Cardozo respondeu com um remate que passou ao lado. Afinal, este era também um confronto de grandes goleadores.

BALANÇA EQUILIBRADA, OCASIÕES E... DESPERDÍCIO!

Porém, acabaria por pertencer a um defesa a grande ocasião de golo da primeira parte: Anderson Polga recebeu um passe teleguiado de Adrien, dominou a bola, encarou Quim, mas atirou muito por cima da trave da baliza encarnada. Seguir-se-ia, quase na jogada imediata, um remate de Liedson que o guarda-redes benfiquista parou bem. Na resposta, Patrício viu-se obrigado a sair da baliza para anular um lançamento longo para Cardozo.
Estavam jogados vinte e cinco minutos, o jogo finalmente teve um abanão. Até aí fora disputado, dividido e intenso, contudo jogado longe das áreas. O equílibrio esteve por detrás do espectáculo, a zona central do relvado foi o palco principal e os guarda-redes quase meros figurantes.

Após esse período em que o jogo se abriu, tudo voltou a ser como antes. Assim se prolongou pelos primeiros minutos da segunda parte. Pelo meio apareceu um remate forte de David Luiz que não teve consequências para a baliza de Rui Patrício. O momento de maior espectáculo que o derby de Alvalade ofereceu chegou, enfim, no minuto cinquenta e sete: Miguel Veloso rematou de longa distância e Quim opôs-se com uma monumental defesa. No canto que daí derivou, Moutinho teve um bom remate que passou perto do posto. Nunca uma equipa estivera tão próxima do golo. O Sporting era mais perigoso, o Benfica precisava que Aimar pegasse no jogo mas o argentino ficou demasiado preso ao lado direito. Jorge Jesus não teve gula, percebeu que um ponto ganho na casa do rival é sempre positivo e preferiu jogar pela certa.

O relógio apressava-se, a toada do jogo mantinha-se e um golo, fosse para quem fosse, parecia cada vez mais longe de surgir. Já dentro dos vinte minutos finais, com Rúben Amorim no lugar de Pablo Aimar, o Benfica voltou a aparecer num lance em que Di María viu Patrício negar-lhe o golo. A partida ganhou outro ânimo mas nenhum dos treinadores decidiu arriscar mais qualquer coisa em busca da vitória. Na parte final, a sete minutos dos noventa, os encarnados voltaram a estar próximos do golo: Ramires, junto à linha de golo, desperdiçou uma ocasião soberana de dar uma machadada final no Sporting. Seria injusto, há que dizê-lo, por aquilo que os leões fizeram. O jogo terminou, então, tal como começara: empatado a zero.

1 comentário:

Jornal Só Desporto disse...

Um clássico que só puderia ter golos num canto num livre ou num penalty como nada disso aconteceu as defesas tiveram correctas mais eficazes que os ataques tudo terminou empatado em Alvalade.