quinta-feira, 12 de novembro de 2009

À procura de um sucessor perfeito

O Sporting não procura apenas um treinador, um sucessor de Paulo Bento. Procura um psicólogo, um aventureiro que não se atemorize nem com as adversidades nem com a pressão. Alguém capaz de devolver a alma ao clube. André Villas Boas é o nome mais veiculado. O mais jovem treinador do campeonato português (trinta e dois anos) caberá perfeitamente no ideal traçado por José Eduardo Bettencourt. Aposta de risco, sem dúvida: Villas Boas é inexperiente, a Académica é o primeiro clube que o tem como treinador principal, após a saída de Rogério Gonçalves, e, por isso, ainda há bem pouco tempo começou a carreira. Antes era um adjunto de Mourinho, uma espécie de discíplo que o acompanhou desde o Porto até Milão, e também aprendera com Bobby Robson.

Tem esse trunfo a favor, o de ter aprendido com um dos melhores do planeta futebolístico - o próprio Mourinho também foi, antes de começar a sua bem sucedida carreira, um aprendiz de Robson e Van Gaal. Contudo, um adjunto somente. Pelo demonstrado em poucas aparições, perspectivaram-lhe um futuro risonho e recheado de sucesso. A médio prazo, evidentemente. Para Bettencourt, as primeiras mostras dadas por André Villas Boas terão chegado para lhe entregar o complicado momento do Sporting. Caso se confirme, será um verdadeiro teste de fogo. Para o clube e para um treinador que precisa de provar o seu valor. Há sempre as duas faces da moeda, a boa e a má, a feliz e a triste. Sucesso e fracasso, lado a lado.

Por entre o rol de treinadores que poderão estar na corrida ao lugar de Paulo Bento, surge outro nome forte: Co Adriaanse. O holandês que levou o FC Porto ao primeiro título deste tetracampeonato, está actualmente, segundo ele, num período sabático mas receptivo a um convite do estrangeiro. Co é um treinador vocacionado para o futebol de ataque - o 3x4x3 que implementou nos portistas prova-o - , tem trabalho na formação do Ajax e é um disciplinador. No entanto, será que os problemas do Sporting passarão por falta de disciplina? À primeira vista, não. Necessário será que o rendimento tirado dos jogadores seja bem maior. Os próximos dias desvendarão o segredo.