segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A alegria que falta ao Sporting

O Sporting encontra-se actualmente naquilo que se pode comparar a uma profunda depressão. De resultados, primeiro, mas principalmente de exibições. Por paradoxal que possa parecer, leitor, a melhor prestação dos sportinguistas nesta época foi no encontro com a Fiorentina, em casa, para o playoff de acesso à Liga dos Campeões que acabou injustamente com um empate a dois golos. Aí, os leões mostraram atitude, garra, entrega e conseguiram ser melhores do que os frios italianos. Pensou-se que poderia ser uma mudança após um início de temporada sem vitórias. Não foi, de facto. O Sporting não mais demonstrou as boas indicações deixadas nesse jogo. É uma equipa triste, apática e quase sem vontade de se mostrar.

O ciclo de três jogos que ontem terminou, sabia-se, não seria fácil de superar: os leões jogariam, para o campeonato, fora com o FC Porto e em casa com o Belenenses; pelo meio haveria, em Alvalade, que superar os alemães do Hertha de Berlim, também eles a viver um momento mau. Se na partida do Dragão, sendo certo que perdida de forma justa, nada se deve apontar à atitude evidenciada pela equipa leonina - dificuldades acrescidas pela expulsão de Polga, precisamente no momento em que poderiam tentar um maior risco em busca do golo -, as exibições frente ao Hertha, principalmente, e agora com Belenenses foram mesmo muito más para uma equipa que procura sempre a vitória. A primeira, essa, por demais confrangedora.

Os adeptos leoninos pedem a saída de Paulo Bento do comando técnico do Sporting. José Eduardo Bettencourt, fiel aos seus ideais, segura o treinador naquela que será, leitor, a melhor opção. É facto que um treinador não poderá ter o seu lugar garantido eternamente se não mostrar resultados e, por isso, percebo que haja quem defenda que a equipa necessita de um abanão que possa devolver-lhe a alegria de jogar à bola. Mas sejamos justos: será que cabe ao treinador a culpa de todas as más exibições? Não me parece. Outra questão: Paulo Bento é, enquanto treinador, teimoso e não abdica da sua filosofia mas haveria quem, no lugar dele, fizesse melhor? Não, quanto a mim. Este plantel é o reflexo da política do clube, com inúmeras cautelas financeiras, recheado de jovens da formação. Ora, isso tem os seus custos e Paulo Bento não é certamente o maior culpado.

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