quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O Ronaldo e o Cristiano

É quase uma opinião unânime entre os adeptos portugueses: Cristiano Ronaldo não tem na Selecção, o mesmo rendimento que evidencia nos seus clubes. Primeiro e principalmente, no Manchester. Aí, víamos o jogador português a correr, jogar, encantar e marcar. De cabeça, com o pé esquerdo, com o direito, enfim, de todas as formas possíveis e mais algumas. Na Selecção, não: as fintas não têm efeito, os livres também não, Ronaldo gesticula e protesta qualquer decisão dos árbitros. Agora, aos poucos, também no Real Madrid está a adquirir a forma que o tornou no melhor do Mundo. Já leva dois golos na Liga espanhola e, ontem, para a Liga dos Campeões, fez mais dois frente ao Zurique.

Não pretendo com isto fazer qualquer crítica à atitude de Cristiano Ronaldo quando joga por Portugal. No entanto, pessoalmente, parece-me algo estranho que, na Selecção, as coisas lhe corram tão mal quanto é possível ver. Há enormes diferenças entre ver o Ronaldo de Manchester ou Madrid e o capitão da equipa nacional. Não tem a mesma alegria nem magia no seu jogo, fica bem mais empobrecido. Acusa em demasia o facto de ser o melhor jogador do Mundo, no fundo. Há mesmo quem diga que, nos seus clubes, tal não acontece pois está rodeado de outras estrelas e não tem a necessidade de resolver um jogo sozinho.

Contudo, para além disso, também existe uma cobrança muito grande por parte dos adeptos. É perfeitamente normal, leitor, porque esperamos sempre que os grandes jogadores nos surpreendam. Quantas vezes não pedimos para que resolvam jogos sozinhos? Inúmeras. Esquecemos, até, os seus colegas. Ronaldo, tal como todos os outros jogadores de topo, obviamente que não pode manter sempre o mesmo nível exibicional. Porém, terá de saber que a ele se pede o céu a Lua porque é um jogador extraordinário. Aos outros, não se pedirá tanto. Ronaldo precisa de recuperar a alegria e a confiança quando joga por Portugal.

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