domingo, 27 de setembro de 2009

O rastilho de Pereira, a bomba de Bento

Estava escrito, assim que foi conhecido o nome do árbitro nomeado, que o clássico de ontem traria polémica. Não poderia ser de outra forma, aliás. Por isso mesmo, por ser uma situação com probabilidades enormes de acontecer, Vítor Pereira errou ao escolher um árbitro, Duarte Gomes, que tem conflitos com o Sporting, um dos clubes em causa na partida. Não poderiam ficar eternamente sem se cruzarem mas, convenhamos... regressar num jogo tão importante quanto este nunca poderia ser bem aceite por nenhum dos intervenientes. Pode parecer algo paradoxal que o presidente do Conselho de Arbitragem, por norma uma figura pacificadora e que espera sempre o melhor dos seus elementos, tenha sido o primeiro a condicionar o jogo.

Paulo Bento manteve-se fiel ao seu estilo e não teceu qualquer comentário, em vésperas do clássico, sobre um árbitro que, dias antes, afirmara não poder passar impune devido ao incidente com Ricardo Peres, seu adjunto. Era, no entanto, e todos o sabiam, uma bomba prestes a explodir logo que Duarte Gomes errasse. É verdade que não foi uma arbitragem de topo mas também não me parece que tenha sido a equipa de arbitragem a impedir uma possível vitória do Sporting. Duarte Gomes esteve intranquilo e a verdade é que cometeu dois erros com prejuízo dos leões que fizeram Bento explodir: mostrou mal um primeiro cartão amarelo a Miguel Veloso - simulação de Hulk, junto à linha lateral -, e mostrou falta de um critério uniforme, exemplificativo quando não admoestou Meireles (seria a sua expulsão, por acumulação de amarelos).

Há muito que deixou de ser novidade este clima hostil que o treinador sportinguista tem para com os árbitros. Chega, por vezes, a estar isolado no meio de tanta confusão mas leva as suas ideias até ao fim. Faz parte, também, da forma como se comporta enquanto treinador e nos é bem conhecida. Após o jogo de ontem, voltou, tal como tinha feito num Sporting-FC Porto, da Taça de Portugal da época passada, a dizer que o Sporting é demasiado benevolente para com os árbitros - Vamos ganhar o Prémio Nobel da Paz, afirmou. Contudo, mesmo tendo deixado críticas a Duarte Gomes, focou-se principalmente em Vítor Pereira aquele que é, também na minha opinião, o maior culpado do clima de nervosismo com que o árbitro lisboeta iniciou a partida. Mesmo que a atitude de protestos, mesmo em cima do apito final, lhe tenha ficado mal, na reacção ao jogo, foi coerente.

1 comentário:

Anónimo disse...

O que seria deste Porto sem o Raul Meireles no meio campo? Não sabe? Parece que o senhor árbitro percebeu que não ganharia e que seria crucificado pelos Pintos do Porto...