segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Os problemas do Sporting

Assim que se assumiu como candidato à presidência do Sporting, e perante a mediática aposta de Paulo Pereira Cristóvão em Eriksson - o sueco que agora se perdeu pelo terceiro escalão inglês -, José Eduardo Bettencourt mostrou que, com ele, o treinador continuaria a ser Paulo Bento. Forever, afirmou aquele que, posteriormente, se tornou presidente do clube de Alvalade. Os adeptos, na sua grande maioria, aplaudiram a ideia. Afinal, Paulo Bento tem feito um trabalho positivo: conquistou taças nas últimas temporadas, tem sido importante na renovação da equipa e, apesar de não ser campeão, há quatro épocas que consegue o segundo lugar.

Para um candidato ao título, ser segundo é ser o primeiro dos últimos. Porém, no campeonato português, dava acesso directo à Liga dos Campeões - uma prova onde todos os clubes querem marcar presença, fundamentalmente pelo aspecto financeiro. Além disso, o Sporting tem, por norma, orçamentos mais reduzidos do que o dos rivais: ficar à frente do Benfica, o rival de sempre e que ainda por cima possuiu melhores condições económicas e alguns nomes sonantes no plantel, pode ser visto como uma vitória para alguns adeptos sportinguistas. Ainda há bem pouco tempo, Bettencourt ressalvou esse facto. Com justeza, quanto a mim.

Todavia e independentemente disso, os adeptos querem a conquista do campeonato para se imporem no futebol nacional - algo que foge há nove anos. Tem falhado, sempre. Paulo Bento sabe que, por muito que faça pelo clube, são os resultados que mandam. É um cliché do futebol, com todo o sentido porque é algo que acontece em qualquer equipa. Nesta temporada, em cinco tentativas quer em Portugal quer na Europa, o Sporting ainda não conseguiu vencer nenhum jogo oficial. Para uma equipa grande, é de facto preocupante. Pior ainda quando as exibições e a chama da equipa deixam, também, muito a desejar. Estranho porque, praticamente, não houve mudanças no onze-base.

Quando assim é, naturalmente que o treinador se torna um alvo apetecível para os críticos. Ora porque não coloca a equipa a jogar bem, ora porque tem opções discutíveis. A Paulo Bento, longe de ser o único culpado do mau estado dos leões, parece-me que há dois defeitos que lhe podem ser apontados. São ambos bem semelhantes: a sua teimosia - o losango, tão experimentado, está demasiado gasto e tornou-se fácil de manietar pelos adversários - e a sua inflexibilidade - as substituições, quase sempre previstas e copiadas de partidas anteiores. Há ainda muito para jogar, muito tempo para mudar e melhorar, mas o Sporting não está bem. Resta saber se conseguirá emendar.

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