sexta-feira, 31 de julho de 2009

A naturalização de Liedson

A naturalização de jogadores é um tema que serve para inúmeras conversas e outras tantas opiniões. Em Portugal, neste momento, isso também acontece em torno de Liedson. O avançado brasileiro-que-agora-também-será-português do Sporting é um jogador de enorme qualidade. Aliás, muitas vezes tem sido ele o abono de família da equipa leonina. É um caso em que se junta a fome à vontade de comer: Liedson joga cá, nunca foi chamado à selecção brasileira e quer representar Portugal, ao passo que os responsáveis nacionais há muito procuram um digno sucessor de Pauleta.

Pessoalmente, não vejo qualquer problema no facto de Liedson jogar pela selecção portuguesa. No entanto, não sou a favor da naturalização de jogadores. Confusos? Eu explico: defendo que cada um deve representar apenas o seu país mas há muito que foi aberto um precendente com as naturalizações de Deco e Pepe, dois brasileiros na mesma situação do Levezinho, para jogar por Portugal. Não faria sentido não concordar com a chamada de Liedson: por que razão alguns puderam fazê-lo e outros não? Bem diferente seria se este se tratasse de um caso pioneiro, nunca antes visto no nosso país.

Com certeza que o leitor poderá ter uma visão completamente contrária desta que aqui deixo. Existem os adeptos que não concordaram com as chamadas de Deco e Pepe e certamente também não concordarão com a de Liedson, por um motivo de bom senso. Porém, quem foi a favor das naturalizações dos dois primeiros não pode ser contra agora. Não sei se existirá alguém a pensar dessa forma mas que lógica teria se assim fosse? Nenhuma, quanto a mim. A convocatória de Deco abriu a porta às naturalizações em Portugal. Caso a entrada de Liedson fosse barrada, seria uma tremenda injustiça.

2 comentários:

Pedro Magalhães disse...

A coisa é que o Liedson está a caminho de fazer 32 anos! Nem que fosse português de gema servia...

Dylan disse...

A naturalização de mais um jogador de futebol estrangeiro pela nossa Selecção Nacional é mais um rude golpe na identidade desportiva do nosso país, e acima de tudo, um retrocesso no modelo dos escalões de formação.

Não se percebe esta incoerência, ainda para mais dado o currículo do seleccionador nacional, o impulsionador da chamada jovem “geração de ouro” de Riade e Lisboa.

O processo de naturalização foi tão rápido e conveniente que fez corar de vergonha os trabalhadores imigrantes do nosso país. Critica-se em surdina esta naturalização e outras do passado, dentro da incompetente FPF e entre colegas da mesma profissão enquanto o público demite-se de apoiar esta Selecção com sotaque pois ainda sabe o significado da palavra ética.

http://dylans.blogs.sapo.pt/