sábado, 20 de junho de 2009

Os discursos de Quique a Jorge Jesus passando por Cajuda

A forma como um treinador consegue comunicar para o exterior é meio caminho andado para que tenha sucesso. Não se trata apenas de falar com a comunicação social mas também com os próprios adeptos, ou seja, tem de ser possível haver um entendimento das ideias. Não se quer com isto dizer que um treinador bem falante seja o melhor, nem por sombras. Existe o caso de Quique Flores: pessoa afável, bom comunicador como poucos mas que teve imensas dificuldades na sua passagem pelo Benfica. Foi sempre extremamente realista e cauteloso. Não teve sucesso e foi acusado de falta de ambição, algo compreensível pelo desconhecimento do futebol português.

Chegou, agora, Jorge Jesus para o substituir no comando técnico dos encarnados. Poucos duvidarão da sua competência e capacidade mas é bem sabido que o discurso, para ele, é um enorme handicap. Jesus não tem papas na língua, diz aquilo que pensa e, por vezes, chega a ser motivo de chacota. Não ficará bem, certamente, a um treinador do Benfica dizer que é "a Paula Rego do futebol" ou que determinada equipa jogou "muito poucochinho". Chegado a um clube grande, Jorge Jesus precisa de ser mais moderado nas suas palavras e na forma como faz passar a sua mensagem. Na sua apresentação oficial disse que, com ele, os jogadores "vão jogar o dobro e se calhar o dobro é pouco". Para os adeptos benfiquistas ficou uma imagem de ambição, de sede de vitórias. Porém, ao longo da época, as afirmações iniciais poderão vir a ser cobradas.

Manuel Cajuda é, sem dúvida, um tipo engraçado. Faz as suas análises de forma diferente, não gosta de ser politicamente correcto. Numa recente entrevista a um diário desportivo afirmou que tem orgulho em ser um "desalinhado". E é mesmo, de facto. Porém, essa mesma entrevista criou um enorme mal-estar junto do presidente do Vitória de Guimarães. Emílio Macedo da Silva mostrou-se "magoado" com o treinador e referiu que este "é apenas um funcionário e nada mais do que isso, portanto, não deve interferir nas decisões da Direcção". Manuel Cajuda havia dito que o clube perdera muito tempo nos tribunais, esquecendo a preparação da época, relembrando a batalha com o FC Porto pela presença na Liga dos Campeões da temporada anterior. Mesmo tendo razão, devido às palavras, a porta do castelo abriu-se para a saída do treinador algarvio. O tal discurso.

1 comentário:

Anónimo disse...

O melhor que o Quique fez enqunto esteve no Benfica, foi isso mesmo, comunicar de uma forma sublime, mas isso nao chegou, nem chega para conseguir resultados.

Ele exprime se tao bem, que deu a volta a Orsi em tres tempos.

O Jorge Jesus, ira sentir na pele, aquilo que o Chalana ja sentiu, enquanto la esteve, outro individuo que adorava dar pontapes na gramatica, bem mais que o novo treinador do benfica.

Falando do meu conterraneo Manuel Cajuda, continua igual a si propio como se costuma dizer, objectivo, e muito directo, se todos fossem assim, se calhar nao havia tanta hipocrisia.

Andre