quinta-feira, 25 de junho de 2009

Do Boavistão à desgraça

Apenas em 1946 o campeonato tinha fugido ao controlo dos três grandes. Nessa época nem FC Porto nem Benfica nem Sporting: o campeão foi o Belenenses. Porém, representou apenas uma gota no oceano. Após isso, os campeões foram os mesmos do costume. Até 2001, ano em que o Boavista, sem ter uma equipa de estrelas ou um orçamento exorbitante quebrou a hegemonia que reinava em Portugal. O Boavistão, como foi apelidado, estava no seu auge. Meia dúzia de anos volvidos, veio uma queda estrondosa.

Não se pode dizer que o título conquistado pelo Boavista tenha caído do céu até porque a equipa, então treinada por Jaime Pacheco, já tinha alcançado boas classificações e começava a afirmar-se como o quarto clube português. A consagração foi em 2001 com jogadores como Ricardo, Martelinho, Pedro Emanuel ou Petit. Nada de grandes estrelas internacionais. Depois, seguiram-se bons anos desportivos mesmo sem ter alcançado algum título. Em 2002-03, o Boavista esteve a um pequeno passo de chegar à final da Taça UEFA. Se o conseguisse defrontaria o FC Porto, futuro vencedor da competição, num derby histórico e bem nortenho.

Esse foi mesmo o último grande momento do Boavistão. Chegaram anos conturbados, sobretudo a nível directivo e o clube passou a jogar, exclusivamente, para a manutenção. O presidente João Loureiro, presidente nos anos de ouro sucedendo ao pai Valentim, saiu pela porta dos fundos. A gestão de Joaquim Teixeira foi desastrosa, Álvaro Braga Júnior tentou ser bombeiro. Em 2008, o clube que havia sido campeão sete anos antes, caiu na Liga de Honra. Não que tenha ficado em lugares de despromoção mas devido a corrupção no processo Apito Final. Jaime Pacheco era o treinador, novamente, e desceu ao inferno depois de estar no céu.

A contestação que se gerou ganhou proporções gigantescas. Falou-se em cabalas e outras palavras que os dirigentes bem gostam de empregar. No entanto, havia um problema bem mais profundo, de origem económica. A época que se seguiu foi atroz, culminou em mais uma descida. O Boavista, o campeão nacional de 2001, estava fora dos campeonatos profissionais. Em apenas dois anos. Abriu-se uma janela de esperança com a descida do Vizela na secretaria, mais uma vez como resquícios do Apito Final. Os axadrezados poderiam continuar na Liga de Honra. Pura ilusão. As finanças, num estado absolutamente caótico, impediram-no. Em Junho de 2009, acabou o futebol profissional no Bessa...

Sem comentários: