sábado, 11 de abril de 2009

A tecla não falha e o Benfica chumba

ANÁLISE JORNADA 24 - LIGA SAGRES

Falta menos uma jornada e o FC Porto mantém a vantagem de quatro pontos para o Sporting. Ganharam ambos, com justiça. Ao invés, o Benfica foi vencido pela Académica no Estádio da Luz, a segunda derrota seguida em casa. Depois de Roberto, foi Tiero a estragar as contas de Quique Flores que ficaram agora bem complicadas até em relação ao segundo lugar (quatro pontos de diferença). Encaminha-se outra taça para o Dragão?


Deram alvíssaras os adeptos do FC Porto pela entrega dos troféus respectivos aos dois últimos campeonatos ganhos. O jogo com o Estrela da Amadora, antes e depois de encontros europeus com o Manchester United, serviu para dar mais um passo para nova conquista. Não só pelos resultados mas pelas exibições consistentes e sólidas que os portistas apresentam. Contudo, neste jogo nem sempre assim foi: a equipa entrou algo apática, sem pressionar alto e com algumas dificuldades em assentar o ritmo. Eram ainda os resquícios do desgastante jogo de Old Trafford. O Estrela, há que dizê-lo, esteve melhor nos primeiros quinze/vinte minutos mas nem Helton nem os defesas dos dragões vacilaram. Um remate de Farías para defesa de Nélson foi, talvez, a pedra de toque para mudar o jogo e para que o FC Porto pusesse o plano em prática. Veio o golo de Bruno Alves, um golão de livre, à meia hora de jogo. Aí, o jogo praticamente ficou sentenciado. Na segunda parte, o FC Porto consolidou o seu jogo e, consequentemente, o resultado. Vieram mais dois golos de Ernesto Farías que fixaram o 3-0 final. Com uma gestão perfeita de Jesualdo Ferreira, em mais um passo para o tetra.

Como diria o outro, tantas tácticas e tantas descobertas para nada porque no final quem resolve é Liedson. É uma verdade que ninguém ousa sequer contestar, de tão evidente que se torna. O levezinho é um jogador de enorme categoria que não precisa de muito para fazer mossa nas defesas contrárias. O jogo com a Naval serviu novamente para o comprovar. Primeiro, Liedson aproveitou uma escorregadela de Baradji e cruzou a bola para que Pereirinha inaugurasse o marcador; depois, no minuto 27, foi inteligente antecipando-se aos defesas navalistas para desviar um livre de Moutinho para dentro da baliza; e deu, já em cima do final, o golpe de misericórdia na Naval, num lance em que aproveitou uma defesa de Peiser para a frente, estabelecendo assim o 3-1 final. Pelo meio surgiu o golo da equipa de Ulisses Morais, aos 16 minutos, marcado por Marcelinho após um erro de Miguel Veloso - regressou para jogar a trinco - e coroando um bom período da Naval. Depois surgiu Liedson, como já foi dito, para resolver de vez. E para dar uma vitória justa ao Sporting. Sem brilhantismo, porém.

Quique Flores disse querer mudar a má imagem deixada pelo Benfica na Amadora apesar da vitória. Não conseguiu. Piorou até. Os encarnados sofreram a segunda derrota consecutiva em casa, ao perder por 1-0 com a Académica, embora tenham jogado bem melhor do que na jornada anterior. Paradoxal, não? Ganha quem marca mais e só isso conta. A Académica fê-lo. Não que tenha jogado bem, nada disso, mas foi mais eficaz do que o Benfica. Marcou aos 22 minutos, num bom golo de Tiero, com um cabeceamento sem hipóteses para Quim mas muito consentido pela defesa encarnada. Os encarnados reagiram e ainda antes do intervalo, Pablo Aimar acertou na barra. A segunda parte foi de total domínio do Benfica, sempre em busca do golo do empate, frente a uma Académica que se fechou em redor da sua área desistindo do ataque. Houve oportunidades de sobra mas aí também surgiu Peskovic, um guarda-redes gigante, numa noite fantástica fazendo lembrar a sua exibição em Alvalade. Além disso Cardozo ainda acertou no poste e o árbitro Marco Ferreira anulou mal um golo a Aimar por falta inexistente de Nuno Gomes. Quique lançou Di María, Balboa e Mantorras, sem que nenhum deles tenha mudado o que quer que fosse. No final viram-se lenços e até lençóis brancos. Maus, maus lençóis para o Benfica.

O Belenenses deu um pontapé na crise e venceu o Vitória de Setúbal, um jogo absolutamente decisivo como considerou Jaime Pacheco. São dois clubes históricos, com enorme percurso no futebol português que vivem maus momentos quer em termos futebolísticos quer em termos financeiros. Por outro lado, o Rio Ave mantém-se no último lugar depois de derrotado pelo Leixões que voltou finalmente às vitórias, subindo ao sexto lugar em troca com o Marítimo que arrancou um empate em Braga. Nessa luta pela UEFA, o Vitória de Guimarães não aproveitou a oportunidade de se chegar mais à frente e empatou com o Paços de Ferreira, sendo mesmo ultrapassado pela Académica. A jornada termina apenas na segunda-feira com o encontro entre Trofense e Nacional que pode levar a novas mexidas: a equipa de Manuel Machado poderá subir ao quarto lugar trocando com o Sp.Braga, em caso de vitória, o que a acontecer fará com que o Trofense caia para o penúltimo lugar, do qual escapa o Belenenses. Contudo, são apenas hipóteses. A confirmar na segunda.

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