sábado, 18 de abril de 2009

Supertições, promessas e o caso de Mano Silva

O futebol é diferente. Diferente dos outros desportos, diferente de tudo. O futebol arrasta multidões, tem a capacidade de fazer parar o mundo. Por isso, lhe chamam o desporto-rei. Os seus intervenientes são capazes de tudo para serem ouvidos, para demonstrarem o seu estado de espírito quer seja positivo ou negativo. As promessas são frequentes no futebol. Ainda há bem pouco tempo, Luca Toni, avançado do Bayern Munique, prometeu correr nu por uma rua da capital alemã, caso o seu clube vencesse a Liga dos Campeões. Há ainda o exemplo português, do Rio Ave, em que jogadores e treinador deixaram crescer a barba até subirem de divisão, na temporada passada. Joga-se muito com essas supertições, também. São momentos de alegria, de festejo.

Porém, podem-se também fazer promessas em casos de negativos, ou seja, para salvar um determinado clube da ruína e para alerta determinadas situações. O futebol português atravessa uma crise profunda, com os salários em atraso a terem enorme evidência. É o caso do Boavista. Os adeptos boavisteiros, englobando o presidente Álvaro Braga Júnior, marcharam pelas ruas do Porto reclamando justiça para o clube do Bessa que vive momentos difíceis tanto a nível financeiro como a nível desportivo.

Contudo, o caso mais incisivo chega de Mano Silva, presidente do Ericeirense, que está desde a passada terça-feira em greve de fome, na tentativa de conseguir apoios da Câmara Municipal de Mafra. O braço-de-ferro com a autarquia tem sido longo mas em nada tem resultado e o presidente é quem tem saído prejudicado pois a sua saúde está debilitada e gera alguma preocupação. Trata-se de um exemplo louvável de empenho e amor ao clube. É de pessoas assim que o futebol precisa. Não sei ao certo até que ponto Mano Silva pretende levar esta situação mas merece ser recompensado, merece viver. Força!

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