domingo, 15 de fevereiro de 2009

Tudo igual, senhores!

ANÁLISE JORNADA 18 - LIGA SAGRES

FC Porto, Benfica e Sporting ganharam. O que significa que nada se alterou entre eles. O que não impediu que tivessem que sofrer a bom sofrer para o conseguir. Até porque nenhum deles foi brilhante. Na luta pela Europa, Nacional e Leixões ganharam terreno frente a adversários directos. Aí também vai haver luta até final!


O FC Porto voltou a ganhar no Dragão, três empates depois. Não nada foi fácil, não senhor. Longe disso. Mas vamos pelo início até porque Jesualdo surpreendeu - ou talvez não, se virmos o número de cartões amarelos - ao deixar Lisandro e Rodríguez no banco, colocando Farías e Mariano González nos seus lugares. E os portistas entraram bem melhor na partida: com vontade de resolver o jogo cedo e afastar os fantasmas que parecem assombrar o Dragão; Paiva, guarda-redes do Rio Ave é que não parecia muito para aí virado. Já depois de Raul Meireles e Hulk terem acertados nos ferros, o FC Porto chegou à vantagem num penalty de Lucho. Foi aos 37 minutos e coroava bem o domínio portista. Voltou a marcar dois minutos depois por Mariano González, num golo que nem Elmano Santos nem o seu assistente consideraram. Chegou, então, o intervalo. E a segunda parte que foi bem diferente. O FC Porto pareceu desligado do jogo e sem vontade de continuar aquilo que de bom havia feito; o Rio Ave, por sua vez, ia aproveitando a passividade dos portistas e estava mais perigoso. A entrada de Candeias animou a equipa de Carlos Brito que conseguiu empatar com um golo enorme de Fábio Coentrão, ele que já tinha acertado no poste da baliza de Helton. E os fantasmas regressaram, o jogo estava empatado. Jesualdo Ferreira tirou Cissokho e lançou Lisandro, foi tudo ao ataque. O FC Porto voltou a marcar, por Farías, a quatro minutos do fim. Também em cima dos noventa, o mesmo Farías aumentou para 3-1 e acabou, de vez, com a história do jogo. E com a crise dos portistas em casa. Do outro lado, o Rio Ave mostrou que não são precisos autocarros para jogar com um grande.


Bem, primeiro o resultado: o Benfica ganhou 3-2 ao Paços de Ferreira, no Estádio da Luz. Este teve mesmo um final à Hitchcock. Autenticamente. Para contextualizar, dizer que Quique Flores deixou Yebda (em perigo de exclusão) no banco, colocou David Luiz na lateral direita em substituição do castigado Maxi Pereira voltando a entregar o lado esquerdo da defesa a Jorge Ribeiro e Cardozo foi titular em detrimento de Suazo. Para a crónica do jogo, quase que bastava só referir a segunda parte, altura em que o jogo foi verdadeiramente intenso. Embora na primeira, o Benfica tenha estado perto de marcar também: aos 12 minutos, quando nem Luisão nem Aimar conseguiram empurrar para o fundo da baliza pacense. Ora vamos então para a segunda metade, porque pouco mais se passou na etapa inicial. Que começou melhor para o Paços de Ferreira com Leandro Tatu que conseguiu uma oportunidade soberana para o Paços mas, depois de passar por Moreira, não teve arte nem engenho para empurrar para dentro da baliza; Quique decidiu trocar Carlos Martins por Di María para ter mais velocidade e presença na frente. E correu mais riscos, também. O Benfica chegou ao golo, numa gaffe enorme do guarda-redes Cássio que Cardozo aproveitou. Caiu do céu aos trambolhões, é verdade. Foi o lance que desbloqueou o jogo, até porque Ruben Amorim aumentou a vantagem, pouco depois. E o jogo parecia entregue. Ferreira, com um remate cruzado, fez questão de desenganar quem assim pensava e o Paços voltou a acreditar que era possível mais qualquer coisa. Di María não gostou e voltou a aumentar a vantagem, com um golão de fora da área. 87 minutos, 3-1, ninguém diria que o Benfica ainda teria que sofrer. Mas teve, porque já em descontos Chico Silva reduziu para 3-2. E no último lance do jogo, no último suspiro, Kelly acertou em cheio no poste da baliza de Moreira. Foi mesmo à Hitchcock este final. Tal como havia sido na Mata Real, na primeira volta.

Para não variar a tendência, também o Sporting teve de sofrer, no Restelo. Frente ao Belenenses era obrigatório ganhar: para continuar vivo na luta pelo título depois de ter sido derrotado, em Alvalade, pelo Sp.Braga e ainda por causa do derby frente ao Benfica da jornada seguinte. Rui Patrício devido a uma lesão na mão e João Moutinho, com febre, estiveram de baixa; jogaram Tiago e Adrien. Mas as alterações de Paulo Bento não ficaram por aí: Pedro Silva foi o lateral direito, na vez de Abel, enquanto que Miguel Veloso jogou na esquerda. Quanto ao Belenenses, jogou com um esquema de três centrais - Arroz, Carciano e Ávalos - e um sistema de contenção. Ora relativamente ao jogo, a primeira parte foi quase só do Sporting. Liedson, Izmailov e Carriço bem assustaram Júlio César mas não passou disso. O falhanço do central, aos 29 minutos, foi o mais flagrante. Chegou o intervalo com o nulo e com um sentido único na partida: a baliza do Belenenses. Para o reatamento, Jaime Pacheco decidiu estender um pouco mais a equipa e trocou o central Rodrigo Arroz por Marcelo, um avançado. Foi exactamente o homem que entrou, Marcelo, quem marcou primeiro ainda que beneficiando de uma posição irregular. O golo mexeu com a equipa de Paulo Bento que perdeu um pouco o controlo que tinha até então. As entradas de Yannick e Hélder Postiga foram determinantes para que o Sporting voltasse a ser mais perigos. Bastaram quatro minutos para o Sporting dar a volta: primeiro, aos 75 minutos, Vukcevic empatou; depois, quatro minutos depois, Hélder Postiga marcou o golo da reviravolta. Ganhou e ganhou bem.

Os três grandes tiveram todos que sofrer para ganhar. Mas houve mais nesta jornada 18 da Liga Sagres. Mais Nacional que goleou o Vitória de Guimarães, na Madeira, por 3-0 com mais um bis de Nené. Porém, há mais nesta equipa de Manuel Machado, para além de Nené e muito futebol: Ruben Micael e Igor Pita. Num outro duelo por onde a Europa pode ser decidida, o Leixões venceu o Sp.Braga. Há que dizer que a equipa de Jorge Jesus foi melhor, dominou o jogo mas foi traída por Frechaut num autogolo que determinou o vencedor. O Leixões contou com a sorte e, mais uma vez, com um gigante chamado Beto. O Marítimo ganhou ao Estrela num jogo sem grande história e o Trofense empatou com a Naval a dois.

Continua tudo igual na frente, com o FC Porto a ter um ponto de vantagem sobre o Benfica. Sábado há derby que irá, certamente, mudar algumas coisas. E também a luta pela UEFA está bem renhida.

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