terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Atlético Madrid-FC Porto, 2-2: Soube a pouco!


Teoricamente pode dizer-se que foi um bom resultado. Porém, na prática soube a pouco. O FC Porto foi sempre a melhor equipa e demonstrou que tem todas as condições para chegar aos quartos de final; o Atlético conseguiu dois golos sem que tenha feito grande coisa para isso e acumulou erros atrás de erros, principalmente no sector defensivo. A eliminatória podia ter ficado já arrumada mas os portistas desperdiçaram muitas oportunidades. Assim, fica o suspense até ao jogo do Dragão.

Surgiu ainda antes do início do jogo, no aquecimento, a primeira adversidade do FC Porto, com a lesão de Fucile, substituído por Sapunaru no onze titular. Foi então com o romeno no lado direito da defesa que os portistas entrararm num Vicente Calderón efervescente. E podiam ter entrado a ganhar, literalmente. Apenas dois minutos estavam jogados quando Hulk ensaiou o primeiro rasgão pela direita, passou por Antonio Lopez e cruzou para Rodríguez que, só com o guarda-redes Leo Franco pela frente, não conseguiu marcar. Respondeu o Atlético. Com um golo. Agüero entrou no meio-campo do FC Porto, levantou a cabeça e inventou uma linha de passe para Maxi Rodríguez, mesmo ali nas costas da defensiva azul. O capitão dos colchoneros fez o resto e o Calderón transformou-se num autêntico vulcão em erupção.

A missão dos portistas parecia, agora, bem mais complicada. Puro engano, porque a partir da altura em que Lucho e Raul Meireles começaram a ajudar os laterais, o Atlético não mais criou perigo - tirando um bom remate de Diego Forlán, ao quarto de hora de jogo - pois tanto Maxi Rodríguez como Simão não tinham grande margem de progressão e os caminhos estavam bem tapados. Do outro lado, o FC Porto partiu para aquela que foi, talvez, a melhor exibição da época. Só com um problema, um problema grave: a finalização. Aos 18 minutos, Lisandro conseguiu marcar mas o lance foi anulado por fora-de-jogo (muito duvidoso!). Não contou à primeira, haveria de contar à segunda. Pablo Ibañez falhou o tempo de salto e deixou a bola à mercê de Lisandro, que com toda a calma do Mundo, empatou a partida. E repôs justiça no resultado.

UM GOLO CAÍDO DO CÉU AOS TRAMBOLHÕES

O FC Porto estava bem melhor. Dois minutos depois do golo do empate, aos 24', Leo Franco com uma grande defesa impediu que os portistas passassem para a frente do marcador. Quatro minutos volvidos, Hulk apareceu nas costas da defesa do Atlético mas falhou no momento do remate permitindo mais uma defesa a Leo Franco, que juntamente com o desacerto dos dragões ia mantendo o empate. O jogo continuava na mesma toada, sempre com o FC Porto mais perigoso. Oportunidades havia de sobra mas falhava sempre o remate final, o momento de mandar a bola para dentro da baliza. Com tanto falhanço, reapareceu o Atlético. Já em período de descontos da primeira parte, Forlán rematou de fora da área e Helton deu um autêntico frango. A equipa de Abel Resino foi para o intervalo em vantagem. A diferença esteve na eficácia, pois.

A segunda parte começou, novamente, com o FC Porto quase a marcar. Por duas vezes, Lisandro foi o protagonista: logo nos primeiros minutos obrigou Leo Franco a uma defesa enorme; mais tarde, falhou, de forma incrível, o golo só com o guarda-redes pela frente. O Atlético, por sua vez, recorria a remates de longa distância (quem sabe devido ao golo) para assustar Helton. O jogo estava, agora, mais dividido a meio campo, menos intenso junto das balizas. E foi nessa altura que surgiu o golo do empate, o golo tão desejado. Cristian Rodríguez ganhou a bola, endossou-a a Cissokho que, com um cruzamento perfeito, permitiu a Lisandro encostar, finalmente, para o fundo da baliza de Leo Franco. Outra vez empatado.

O golo foi ouro sobre azul para os portistas. Com 2-2 no resultado, era o FC Porto quem mais tinha a ganhar. O Atlético não teve arte, engenho nem imaginação para responder e tentar voltar à vantagem; faltou-lhe garra, sobretudo. E concentração na defesa, onde acumulou erros atrás de erros. Os adeptos assobiavam, com razão. Entretanto surgiu mais um problema para Jesualdo Ferreira: Sapunaru lesionou-se, levando assim à entrada de Pedro Emanuel para o lado direito da defesa. Já se sabe que Emanuel não é propriamente um velocista e isso viu-se quando, a cinco minutos do fim, Forlán passou por si e só não fez estragos maiores porque Fernando, primeiro, e Rolando, depois, foram fundamentais. Aos 94 minutos, apitou Howard Webb para o fim do jogo. Com o 2-2 no resultado, que deixa o FC Porto com a chave da eliminatória na mão.

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