sábado, 3 de janeiro de 2009

As Crónicas do BB


TREINADORES PORTUGUESES

O lugar ao sol está pela hora da morte, e agora até estamos em época do astro rei pouco ou nada brilhar, mas a vida não é fácil para ninguém. Neste caso vertente para os treinadores portugueses, os mais experientes, há quem lhes chame os “velhos”, que estão a ser preteridos, para dar lugar aos novos.


Desaprenderam? Não acompanharam os novos métodos e terminologia tão em voga? Estagnaram no tempo? Não me parece e a prova disso mesmo está no sucesso que os treinadores portugueses vão tendo por esse mundo fora.


José Mourinho é o mais mediático e o caso de maior sucesso. Logo a seguir vem o de Manuel José, sempre desalinhado com o sistema, mas caso de sucesso no Egipto, onde é um autêntico faraó para os adeptos do seu clube, a quem já proporcionou a alegria de poderem festejar por quatro vezes o título de campeões africanos. Segue-se Bernardino Pedroto, com uma curiosa e desassombrada entrevista ao nosso colega Paulo Montes, onde fala do seu pai, José Maria Pedroto.


O técnico português está há nove anos em Angola e soma quatro títulos conquistados naquele país, sendo um dos casos de sucesso dos treinadores da “velha guarda”, e por lá vai continuar a ter sucesso pois a regra manda que devemos ficar onde nos sentimos bem e onde somos desejados.


Por último o caso do “velho” Calisto, que foi passeado em ombros por autêntica multidão no Vietname, onde cometeu a proeza de pela primeira vez consagrar aquele país como campeão do Sudoeste Asiático. Henrique Calisto está há sete anos no Vietname a exercer uma profissão que tinha “abandonado” há uns anos em Portugal. Lembro-me bem da sua festa de despedida, em Matosinhos, onde anunciou a sua relação mais estreita com a política, tendo sido presidente da Junta de Freguesia de Matosinhos. O futebol falou mais alto uns anos depois e o Vietname foi a sua paragem. Em boa hora, porque pôde passear aos ombros dos vietnamitas, com a bandeira portuguesa aos seus ombros.


Mais uma prova inequívoca que “velhos são os trapos”, provando que o saber e a competência não dependem da idade, nem de ser mais ou menos predestinado para o novo léxico do futebol, onde há pérolas como “conduzir bem a bola em posse”. Como se alguém possa conduzir algo sem dela ter a posse.


Ainda bem que os “velhos” treinadores portugueses continuam a dar cartas no futebol mundial, pois como disse Henrique Calisto “os treinadores portugueses já venceram na Europa, na África e na Ásia”.


OS DESTAQUES DE 2008

Figura do Ano – Cristiano Ronaldo

Treinador do Ano – Jesualdo Ferreira

Acontecimento do Ano – Jogos Olímpicos

Pior momento do futebol português – Apito Final

Desilusão do Ano – Prestação da selecção no Euro 2008

BERNARDINO BARROS

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