segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Três guarda-redes como actores principais

ANÁLISE JORNADA 12 - LIGA SAGRES

O que têm em comum Boris Peskovic, Marcos e Rafael Bracalli para além de serem guarda-redes de futebol? Uma ajuda: o primeiro é o titular da baliza da Académica, o segundo defende no Marítimo e o terceiro é o guarda-redes do Nacional da Madeira. Isso mesmo, as equipas que empataram os grandes nesta jornada. Tudo a zeros em Alvalade, no Dragão e na Luz. O que faz com que o Benfica seja campeão de Inverno, 15 anos depois.


Vamos pela ordem das coisas, primeiro Peskovic. O guarda-redes eslovaco da Académica que nesta época encostou Pedro Roma foi o principal responsável pelo empate da Briosa frente ao Sporting, em Alvalade. A equipa de Paulo Bento bem tentou chegar ao golo, mas com este guarda-redes era missão impossível. Aquela defesa em que Peskovic consegue vencer a inércia do seu movimento e mudar a trajectória do seu movimento define a sua exibição: assombrosa.

Agora Marcos. O guarda-redes do Marítimo já é um habitué nestas andanças. É verdade que não fez defesas como as de Peskovic e que o jogo do FC Porto foi mais transpirado do que inspirado mas o "goleiro" de Lori Sandri foi fundamental para o nulo que impediu os portistas de assumirem a liderança (pelo menos enquanto o Benfica não jogava). E na única fez em que Marcos não conseguiu defender, Van der Linden teve um corte in extremis em cima da linha. Semelhanças com o jogo de Alvalade? Algumas, sem dúvida.

Por fim Rafael Bracalli que, ainda sem a projecção de Peskovic e Marcos, foi importante para o empate conseguido pelo Nacional na Luz. Não teve grande trabalho, é verdade, mas correspondeu bem quando chamado e com segurança máxima. Para exemplo ficam as defesas fantásticas a cabeceamentos de Luisão e Yebda. Não é isso que se pede a um guarda-redes? Bracalli não fraquejou. E do outro lado Moreira, o D.Sebastião da Luz, também foi importante para que o Benfica não fosse derrotado, numa altura em que estava completamente em cima do Nacional. Contudo, para além dos guarda-redes houve ainda outro protagonista: Pedro Henriques, o árbitro. O lance aconteceu aos 91 minutos e teria dado a vitória à equipa encarnada. Pedro Henriques anulou-o por mão de Miguel Vítor. Bem ou mal? Não sei, sinceramente. Os factos: não há dúvida nenhuma de que a bola bate na mão de Miguel Vítor e muda a sua trajectória (tal como disse Pedro Henriques) mas o jogador do Benfica está deitado no chão e não é um gesto voluntário. De uma coisa ninguém duvida: a polémica vai ser acesa.

Esta foi uma jornada atípica. 0-0 nos jogos dos três grandes (a jogar em casa). A que se junta também o empate do Leixões com o Estrela, no Estádio do Mar. É a confirmação de que a equipa de José Mota se dá melhor fora do que em casa. Em ascensão está o Sp.Braga que derrotou o Rio Ave e parece querer cada vez mais chegar-se à frente da classificação. Passando agora para o fundo da tabela, o Belenenses deixou o último lugar para o Trofense após derrotar a equipa de Tulipa por 3-2. De onde há muito saiu o Paços de Ferreira que afinou a máquina.

O futebol vai de férias. Também merece, digo eu.

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