segunda-feira, 30 de junho de 2008

Campeones!!


Já está!! Quarenta e quatro anos depois, a Espanha volta a ser campeã da Europa! Sucede, pois, à Grécia.

Quanto ao jogo, começou bem melhor a Alemanha. Forte e determinada, a equipa de Low focou-se desde logo na baliza de Casillas. Jogadas rápidas e posse de bola. Enfim, aquilo que nunca tinha mostrado neste Euro. Sem ter criado grande perigo, é certo, mas mesmo assim era a "Mannschaft" que estava mais próxima do golo. Um pouco contra a maré, foi a Espanha a ter a primeira ocasião de perigo: Iniesta cruzou e, contando com um corte atabalhoado de Mertesacker, obrigou Lehmann a uma defesa de recurso. A partir daqui, a equipa de Luís Aragonés equilibrou as contas. Primeiro, e após um cruzamento de régua e esquadro de Xavi, Fernando Torres cabeceou ao poste. Este lance foi o toque para que a Espanha pusesse o seu jogo em prática. Alguns minutos depois surgiu o golo. O golo da vitória! Depois de um passe soberbo de Xavi - mais um - Torres ganhou o duelo a Lahm - que mal ficou - e antecipando-se a Jens Lehmann colocou a bola no fundo da baliza. Golo amplamente merecido, aos 33 minutos. O futebol ao primeiro toque, com movimentos rápidos da Alemanha tinha desaparecido há muito!

O primeiro quarto de hora da segunda parte foi mais do mesmo: a Espanha a fazer circular a bola, sempre sob a batuta de Xavi, que fazia o que queria da bola. Joachim Low tinha de mudar alguma coisa. Para isso fez entrar Kevin Kuranyi e mudou do 4x2x3x1 para o 4x4x2, jogando com o próprio Kuranyi e com Klose na frente. Os cruzamentos para a área tornaram-se mais frequentes e a Alemanha reaproximou-se da baliza espanhola. Sem perigo concreto. Aragonés respondeu - e bem - a Low: tirou Fabregas, talvez o mais apagado do meio-campo e colocou Xabi Alonso no auxílio a Marcos Senna (encarregue de marcar Ballack). A seguir, trocando David Silva por Santi Cazorla e Fernando Torres por Daniel Guiza. A Espanha ganhava, assim, frescura no ataque. Recuperou a bola e mandou-se novamente para cima dos alemães. O golo só não surgiu porque não calhou. Sergio Ramos e Marcos Senna ainda estiveram perto de conseguir um segundo golo que, a bem da verdade, não teria ficado mal ao novo campeão da Europa.

A Espanha foi a melhor equipa do Euro, mesmo sem ser deslumbrante. Como disse Aragonés - despede-se da Selecção com um título - ganhou porque foi melhor. E ponto final!

sexta-feira, 27 de junho de 2008

E viva la España

Eu tinha dito que desta vez ia ser diferente, mas não. Enganei-me totalmente. A Espanha voltou a vencer a Rússia. E outra vez por números bem expressivos: 3-0 depois dos 4-1 da fase de grupos.

O jogo de Viena mostrou uma Espanha fortissíma, coesa e tremendamente bem organizada. O segredo esteve, essencialmente, em neutralizar os pontos fortes da Rússia. Ao contrário da outra meia-final, entre Alemanha e Turquia, este foi um jogo chato. Sem grandes oportunidades, muito dividido, muito físico. Durante a primeira parte, a equipa de Aragonés foi soberba tacticamente. A vigilância competente de Marcos Senna a Arshavin e de Sérgio Ramos a Zhirkov estrangulava as saídas russas, privando a equipa de Hiddink da sua arma mais forte: a velocidade. Mesmo assim, Pavlyunchenko, por dois momentos chegou a criar algum perigo para Casillas. Foi o único período em que se viu a Rússia no ataque. Entretanto acontecia um incidente fundamental para o jogo: aos 34 minutos, o super-jogador David Villa lesionou-se na marcação de um livre e Luís Aragonés fez entrar Fabregas para o seu lugar. O médio do Arsenal colocou-se como falso ponta-de-lança, com liberdade suficiente para jogar e fazer jogar, deixando as tácticas de lado.

O primeiro golo, aos cinco minutos da segunda parte, mostrou como o futebol pode ser simples e eficaz: Xavi iniciou a jogada, abriu para Iniesta na esquerda e correu para a área. Iniesta fez a tabelinha e Xavi só teve de encostar. Começava a ruir a equipa de Guus Hiddink. Daí que não tenha sido preciso esperar muito para se perceber que este jogo n ia ser muito diferente daquele do grupo D. Com Arshavin completamente apagado por Senna e sem ter o poder de ataque do jogo com a Holanda, a Rússia limitou-se a defender. O fantástico jogo de Fabregas acabou com as poucas esperanças russas: primeiro libertando para o recém-entrado Guiza, que à saída de Ankifeev, fez um chapéu perfeito ao guarda-redes russo; e a seguir dando um golo feito a David Silva que encerrou o marcador. A Rússia caiu sem glória, depois de um jogo em que nada fez!

Sem contestação alguma, a Espanha repetiu o recital da primeira fase. Não é certamente a equipa mais espectacular, mas é um equipa no verdadeiro sentido: coesa na defesa; forte no meio e letal no ataque. Eles estão aí!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Quem com ferros mata, com ferros morre!

Está encontrado o primeiro finalista do Euro'08. A Alemanha (quem diria) venceu a Turquia por 3-2 e garantiu um lugar em Viena. Quase por milagre, é certo! Mas já lá vamos.

Começou muito melhor a improvisada equipa de Fatih Therim, com um ror de lesionados e castigados. Os turcos mostraram um futebol que até aqui nunca tinham mostrado, um futebol apoiado e empolgante que criou enormes dificuldades à "Mannschaft". Kazim e Sarioglu eram os espalha brasas de serviço. O atabalhoado golo de Boral, aos 21 minutos, colocou a Turquia em vantagem e traduzia muito bem aquilo que as duas equipas mostravam. A defesa alemã - com guarda-redes incluído - limitou-se ver a banda passar, pasmada!

Mas, assim como os alemães davam abébias do tamanho do Mundo, também os turcos as davam... O lado direito da defesa da Turquia parecia um autêntico deserto, que Podolski aproveitou melhor do que ninguém. À primeira oportunidade e quase copiado pelo jogo contra Portugal, o extremo do Bayern cruzou e Schweinsteiger desviou a bola de Rustu, empatando o jogo. Tremenda injustiça!

Poucos minutos depois, e aproveitando a ausência de Sarioglu, Podolski rematou um pouco por cima da barra. Foram estas as oportunidades da equipa de Low. Já a Turquia rematava, rematava.. Mas não marcava!

Chegou o intervalo com uma estatítica impressionante: 15 remates para a Turquia; 3 remates para a Alemanha. Mas como o que conta são os golos, o jogo estava empatado.

A segunda parte foi diferente. Mas pouco. Com Frings no lugar de Rolfes, os alemães conseguiram equilibrar o jogo e impedir os turcos de chegar tantas vezes à baliza de Lehmann - como treme este homem. Os erros eram cada vez mais e nem mesmo Massimo Busacca, o árbitro, resistia à onda. Os alemães passaram a recorrer muito às faltas e o jogo deixou de ser tão bonito.

E como o melhor vem sempre no fim, vamos para os últimos quinze minutos da partida: a Turquia mandava no jogo mas continuava a errar muito na defesa. Daí que depois de um cruzamento, aparentemente inofensivo de Lahm , Klose antecipando-se a Topal e a Rustu (que é que o homem foi fazer quase à marca de penalty?) fez o golo da reviravolta alemã. Tamanha injustiça.

Cinco minutos depois, foi a vez de Sarioglu, que esteve tão bem a atacar, como mal a defender ganhar a linha e cruzar para Semih Senturk, o herói do jogo com a Cróacia, fazer o golo do empate. Mil vezes merecido. Mas desta vez, o golo de Senturk, chegou a tempo de permitir a resposta alemã. Que não se deixou esperar. Philipp Lahm, que também não foi grande espingarda a defender, arrancou pelo meio da defesa turca - beneficiando da escorregadela de Kazim, o seu marcador - e marcou o terceiro golo. O golo da vitória. Tão injusto...

Este Europeu tem sido mesmo empolgante e imprevisível... Mesmo quando as melhores equipas (em campo, não na teoria) ficam pelo caminho.

terça-feira, 24 de junho de 2008

O bom, o mau e o vilão!

Scolari embirrou com Baía. É a única justificação que encontro para que o melhor guarda-redes da Europa não seja convocado para a Selecção. É incrível! É algo que ninguém consegue perceber. Por muito que tente.

A não-convocação de Vítor Baía, tornou-se numa guerra entre o seleccionador e o próprio FC Porto, com Baía - o único prejudicado - metido no meio da confusão. O ex-guarda-redes do FC Porto teve sempre uma postura digna, nunca criticando as opções de Scolari. Mas, o seleccionador ultrapassou os limites, quando em 2003, decidiu convocar Bruno Vale (terceiro guarda-redes do FC Porto, na altura) para um jogo particular frente ao Cazaquistão. Foi uma clara provocação a Vítor Baía que podia muito bem ter sido evitada. Ricardo teve sorte, pois fixou-se como o guarda-redes da confiança de Scolari no meio de tanta polémica e viveu sempre "protegido" pela crítica, devido à injusta escolha de António Oliveira em 2002, quando entregou a titularidade a Vítor Baía.

Daí que agora ache um pouco engraçado que Ricardo seja o "Cristo". Ele que foi defendido por tudo e todos em 2002; ele que foi elevado a herói nacional depois dos jogos com a Inglaterra em 2004 e 2006. Sim, esse mesmo, agora é considerado como o maior responsável pela eliminação de Portugal, tanto pela imprensa - nacional e internacional - como pelos próprios adeptos. É lógico que Ricardo é culpado, mas não é o único. Por isso acho que as críticas são um pouco injustas. Assim como foram injustas para Vítor Baía em 2002, aquando do Mundial da Coreia. A vida é assim...

Sem Scolari, o lugar de Ricardo está em risco. E eu aposto que vamos ter mudanças!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Fabregas e os penaltis...

Fabregas, o médio que fez uma grande temporada no Arsenal, não tem sido muito feliz no Euro'08. O médio espanhol não se tem conseguido impor na equipa de Luís Aragonés. Mas ontem, frente à Itália foi ele que apontou o penalty decisivo - já depois de Casillas ter defendido dois. O que não acontecia... há 6 anos!

"Não marcava um penalty desde os quinze anos. O seleccionador escolheu os cinco jogadores e foi tudo. Foi uma verdadeira prova de confiança ter escolhido o meu nome para a quinta cobrança. Isso ajudou-me. Só pensei em marcar", disse Cesc Fabregas.

Parece que o trauma já passou... Tanto o da "Roja" como o de Fabregas.

Acabou-se o enguiço


Acabou-se a maldição do dia 22 de Junho. Depois de três eliminações nesta data - sempre após penaltis - a Espanha consegiu vencer a Itália e apurar-se para as meias-finais do Euro'08.


A primeira parte mostrou aquilo que já se esperava: a Espanha a tentar manter a posse de bola e a recorrer a remates de longe; a Itália a fazer o seu jogo típico, muito táctico. Por isso, quase não houve oportunidades de golo. Das vezes em que a selecção espanhola conseguiu criar algum perigo, Buffon e Chiellini (grande exibição) lá foram resolvendo os problemas. Daí que o nulo ao intervalo não surpreendeu ninguém.

Para a segunda parte, Aragonés trocou Xavi e Iniesta por Fabregas e Cazorla, enquanto que Donadoni lançou Camaronesi para o lugar de Perrota. A Itália estava mais ofensiva e à procura da baliza espanhola, mas a nove minutos do fim, Marcos Senna rematou de fora da área, Buffon deixou a bola fugir e depois só teve tempo de a ver embater no poste da sua baliza. Sorte para os campeões do Mundo.

Não houve alterações até ao fim e era tempo de prolongamento. Logo nos minutos iniciais, David Silva levou a bola a passar perto do poste. Três minutos volvidos, foi a vez da Itália. Di Natale cabeceou e obrigou Casillas a uma defesa fantástica. O prolongamento foi quase igual ao jogo propriamente dito e parecia não haver maneira de desatar aquele nó...

Grandes penalidades pela frente. Oportunidade para ver o duelo entre aqueles que serão os dois melhores guarda-redes do Mundo. Levou a melhor Iker Casillas, autor de duas excelentes paradas, enquanto que Buffon "só" conseguiu defender uma grande penalidade.


A Espanha vai reencontrar a Rússia, que venceu por 4-1 no Grupo D. Mas agora vai ser diferente... Ai se vai!

domingo, 22 de junho de 2008

A traição do século

Guus Hiddink tinha avisado: queria vencer a sua Holanda a fim de se tornar num traidor do seu país. Dito e feito... A Rússia deixou pelo caminho a "laranja mecânica" e apurou-se para as meias-finais, naquele que foi, sem dúvida nenhuma o melhor jogo do Euro'08.



Foi electrizante do princípio ao fim. Van der Sar e Ankifeev não tiveram descanso. A Rússia, carrilava o seu jogo pela esquerda, muito graças às investidas de Zhirkov, o homem supersónico. Só devido à insuficiência atacante - se não fosse isso - é que a Rússia não chegou ao intervalo a vencer.
Hiddink ganhava em todos os sentidos a Van Basten - um dos seus seguidores. Sendo assim, o técnico da "laranja" decidiu apostar em Van Persie para a segunda parte, a fim de travar os avanços frenéticos de Zhirkov. Em nada resultou! A Rússia fazia o que queria e bem lhe apetecia. Qual foi a surpresa, quando aos 56 minutos, Semak arrancou pela esquerda e cruzou milimetricamente para a área, onde Pavlyuchenko só teve de desviar de Van der Sar e abrir o marcador. Tudo simples, bem trabalho e rápido. Perfeito!
A Holanda tentava reagir, mas sempre sem grande sucesso, pois nem Sneijder nem Van der Vaart se conseguiam libertar das marcações e entar na área russa. A equipa de Van Basten quase se partiu a meio e colocou-se mesmo a jeito... A Rússia é que não aproveitou e a 4 minutos do fim, Wesley Sneijder descobriu Nistelrooy na área, que de cabeça empatou o jogo. Estava tudo empatado e o prolongamento à porta.

Começou o prolongamento e foi então, que Arshavin resolveu elevar o seu futebol a algo que há muito não se via. A Rússia "mandou-se" literalmente para cima dos holandeses e, aos 98 minutos, Pavlyuchenko avisou, fazendo estremecer a barra de Van der Sar com um remate fantástico. E como os russos estavam com o gás todo, o golo havia de aparecer. Aos 112 minutos, depois de jogada de Arshavin - quem mais poderia ser? - Torbinskiy colocou a Rússia em extâse e praticamente "matou" o jogo. A emotividade, essa é que se manteve até final. Até que aos 116', Arshavin resolveu acabar com o seu recital de futebol, fazendo o terceiro golo e enterrando de vez com a esperança da Holanda em empatar o jogo. ´


Acabava, definitivamente, aqui um jogo para mais tarde recordar em que a Rússia foi uma autêntica máquina de futebol.
Memorável, inesquecível!

sábado, 21 de junho de 2008

Rodríguez dragão!

Estrondo no mercado: Christian Rodríguez vai jogar no FC Porto! Sim, esse Rodríguez que jogou no Benfica a época passada. Sim, esse que Rui Costa disse ser uma prioridade para os dirigentes benfiquistas.
Rodríguez chegou ao Benfica a poucos dias do encerramento do mercado, juntamente com Maxi Pereira. Rotulado de craque, demorou pouco a conquistar os adeptos encarnados e a ser um indiscutível da equipa de Camacho - e depois Chalana. Na recta final da época, começou a falar-se do interesse portista. Mas, Pinto da Costa em entrevista à SIC garantiu que Rodríguez não seria jogador do FC Porto e o próprio jogador avisou que em Portugal não se via com outra camisola se não com a do Benfica. Sendo assim tudo ficou como estava. A juntar a isto, e aquando da sua apresentação como director-desportivo, Rui Costa, confirmou o forte interesse do clube em segurar Rodríguez e que já haviam negociações em curso. Mas sofreu um forte revés, na semana em que o internacional uruguaio era esperado para "limar arestas" para continuar na Luz: o FC Porto antecipou-se e assegurou o jogador por quatro épocas, roubando um dos jogadores mais importantes ao Benfica.
Golpe de mestre de Pinto da Costa; derrota do Benfica, onde Rui Costa é o principal rosto. Depois da batalha jurídica pela Champions, o FC Porto volta a bater o Benfica, mesmo sem a época ter começado.
Déjá vu!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

De loucos!

Foi frenético o segundo jogo dos quartos-de-final. O Croácia - Turquia foi, talvez, o jogo onde ninguém esperava o desfecho final.
Mas vamos por partes: no último minuto da segunda parte do prolongamento, Klasnic fez o golo da Croácia. O golo que pôs Slaven Bilic eufórico. O golo que podia dar o apuramento. Mas não. Minuto e meio depois da hora (Roberto Rosetti deu um de compensação), Senturk com a ajuda de um ressalto nos jogadores croatas empatou o jogo. Era necessário recorrer aos penaltis.
Os penaltis são sempre um momento de extremos: a euforia dos vencedores, em contraste com a tristeza e desilusão dos vencidos.
A Turquia foi mais feliz... A Cróacia não recuperou psicologicamente do golo turco. Os jogadores ficaram completamente desnorteados.
Mesmo assim, ficou-me uma imagem do jogo: o guarda-redes Rustu abraçou todos os jogadores croatas. Foi um gesto bonito que demostra um imenso fair-play.
É o futebol!!

"Hiddink vai atacar? Boa sorte, já somos dois!"

A frase é de Van Basten. De quem mais poderia ser, se não do seleccionador da "laranja mecânica" que é um autêntico vendaval atacante? Acho que de mais ninguém...

Guus Hiddink, seleccionador da Rússia, que defrontará a Holanda nos quartos-de-final, "picou" Van Basten dizendo que conhecia os pontos fracos da "laranja". Desafiado a comentar a provocação de Hiddink - que disse que desejaria ser o traidor do ano, já que é holandês - Basten foi categórico: "Sim, Hiddink deve conhecê-los. Mas de certeza que também conhece os nossos pontos fortes, que são mais. Por isso, desejo-lhe boa sorte."

Admiro Van Basten! A sério que sim...

Adeus, Scolari!

Scolari abandona a Selecção Portuguesa. Esta foi uma das notícias com maior impacto do Euro, sem falar na "novela" Ronaldo, claro. Como o próprio Scolari e Madaíl disseram, foi um ciclo que se fechou. Esteve cinco anos e meio à frente de Portugal.
Scolari é um treinador com ideias fixas: segue aquilo que pensa e que considera melhor, mesmo sendo a única pessoa do Mundo a fazê-lo. Um exemplo disso mesmo é a exclusão de Vítor Baía da Selecção. Não se percebe... Eu, pelo menos, não percebo! E não sou o único.
Desde que fez a primeira convocatória, Scolari "esqueceu-se" sempre de Baía. E nunca falou directamente do assunto... Nada, zero. E ficará para sempre a pergunta: como é possível o melhor guarda-redes da Europa não ser convocado para a sua Selecção? Como? Só o próprio Scolari o poderá dizer. Em vez disso, fez de Ricardo o guarda-redes da sua confiança e assim ficou até ao jogo com a Alemanha, o jogo da despedida. Mas não é propriamente uma novidade: em 2002, o "Sargentão" já tinha surpreendido o Brasil ao deixar Romário de fora para o Mundial da Coreia.
O caso de Baía, que é aquele que mais nos diz, é um autêntico enigma. Um enigma que talvez nunca tenha resposta.
Mas tirando esse mau episódio, e durante o tempo em que cá esteve, Scolari teve um enorme mérito: colocou um país a vibrar pela sua Selecção.
Voltou, também a colocar Portugal no seu lugar: entre os melhores.
Por tudo isto e apesar de alguns erros de "casting" (exclusão de Vítor Baía, agressão a Dragutinovic, má relação com os jornalistas, entre outros), Portugal deve estar agradecido a Luiz Filipe Scolari.
Boa sorte, mister!!

Ricardo: será o fim?

Não gosto de Ricardo. Nunca gostei! Mesmo assim, nas épocas douradas do Boavista (não tem nada que ver com o "Apito"), cheguei mesmo a considerá-lo o melhor guarda-redes português. Foi um dos principais obreiros deste título. Mas nos anos seguintes, e desde que esteve no Sporting, nunca mais se encontrou. Foi sempre um guarda-redes inseguro, errante e acima de tudo, um autêntico desastre nos cruzamentos.
Mesmo com tudo isto, Scolari nunca prescindiu dele, até quando José Peseiro o colocou no banco do Sporting. Ricardo tornou-se assim um indiscutível na Selecção. Sem nunca ter sido um grande gurda-redes. Que só Scolari nunca quis ver... É certo que teve muito mérito em 2004 e 2006, graças aos penaltis - onde é especialista - mas uma mão não lava a outra.
Falhou sempre nos momentos decisivos. Falhou na final do Euro'04, no golo de Charisteas; falhou na final da Taça UEFA em 2005, onde o Sporting perdeu, em Alvalade, com o CSKA de Moscovo por 3-1; falhou na Luz, no jogo que (praticamente) decidiu o título de 2005; voltou a falhar na Suiça, no jogo com a Alemanha. Não que a culpa tenha sido exclusiva dele, mas um guarda-redes de topo não pode errar assim. E Quim há muito que desespera por uma oportunidade.
Agora, com a saída de Scolari para o Chelsea, Ricardo tem - pela primeira vez em cinco anos e meio - o lugar na baliza ameaçado. Uma ameaça que Vítor Baía, melhor guarda-redes da Europa em 2004, não conseguiu ser! Mas isso também já é outra conversa.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

O futebol é assim...


Foram erros a mais... Portugal foi eliminado do Euro'08 por culpa dos seus próprios defeitos. Defeitos que já todos conhecíamos. Ou talvez não.

A Alemanha entrou melhor, muito graças à estratégia de Joachim Löw que anulou por completo o jogo português. Depois de dez minutos de domínio, foi Moutinho quem teve oportunidade de marcar. Não marcou e a jogar em contra-ataque, a Alemanha fez o primeiro. Podolski ganhou a Bosingwa em velocidade (pasme-se!!),Schweinsteiger meteu Paulo Ferreira no bolso e foi só encostar. Estava feito o primeiro.

A Alemanha assumia cada vez mais o seu domínio e Portugal tentava sacudir a pressão. Quatro minutos depois, livre de Schweinsteiger (jogador fantástico!) a defesa portuguesa a "apanhar bonés" e o segundo golo. A estratégia de Scolari foi ao tapete...

A partir daí, os alemães tiraram o pé do acelerador e Portugal teve oportunidade de marcar. Mesmo em cima do intervalo, Ronaldo arranjou espaço, tirou o defesa alemão do caminho e rematou. Lehmann foi melhor, mas a bola sobrou para Nuno Gomes que reduziu a desvantagem.

Portugal acreditava outra vez, mas nem por isso resolvia os seus problemas... O primeiro quarto de hora da segunda etapa começou com um Portugal atrás do prejuízo, a empurrar a Alemanha para trás e a obrigar os dois extremos (Podolski e Schweinsteiger) a ter de ajudar a defesa. Mas enquanto Portugal rematava muito e marcava pouco, os alemães faziam precisamente o contrário. Rematavam pouco, mas marcavam! O jogo continuou na mesma toada até aos 60 minutos, altura em que Schweinsteiger (decididamente não gosta de portugueses) marcou um livro a papel químico do primeiro. Mais uma vez, a defesa claudicou. A bola foi parar à cabeça de Ballack (o homem que carregou o piano alemão), que beneficiando de um empurrão nas costas de Paulo Ferreira e, principalmente, de uma saída ridícula de Ricardo fez o terceiro. Knock -Out.

Depois, viu-se um Portugal desesperadamente atrás do golo. Sem grande sucesso. O máximo que consegiu foi reduzir, a três minutos do fim. Mas o jogo já estava decidido há muito...

Scolari foi imponente para travar a Alemanha.

É assim o futebol! Não se pode dizer que a vitória alemã não tenha sido justa...

São Buffon!


Roberto Donadoni bem pode estar agradecido a Buffon!

Os italianos passaram aos quartos de final do Euro'08, depois de derrotar a França por 2-0, mas o jogo que marcou a passagem da "Squadra Azzurra" foi aquele contra a Roménia. Nesse jogo, os romenos estiveram a um passo de arrumar os campeões do Mundo!

Perto do fim, Panucci cometeu penalty. Adrian Mutu, a estrela maior da equipa, encarregou-se da marcação. Partiu para a bola, mas na baliza estava Buffon. O guarda-redes italiano fez uma defesa brutal. Primeiro com a mão, depois com o pé. Com sorte dirão alguns, mas com classe, digo eu!

Este lance marcou o Euro... E depois da vitória sobre a França, a "Squadra" já é novamente um fortíssimo candidato à final. E Buffon é o herói. O futebol é assim!

Campeões da degraça...

A Grécia desiludiu-me!
Não que eu tivesse esperença que voltassem a ganhar o Euro, mas mesmo assim desiludiu. Três jogos, três derrotas, apenas 1 golo marcado. Isto diz tudo... Os (ainda) campeões europeus foram, para mim, a pior equipa da prova.
O futebol extra-defensivo já não se usa... O chuveirinho para a área também não. E depois acontecem aqueles erros de pôr os cabelos em pé como os de Nikopolidis!
Os campeões despedem-se sem honra nem glória.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

FCP 2-1 Benfica (Champions)

A UEFA admitiu o FC Porto na próxima edição da Liga dos Campeões. Definitivamente.
Eu confesso: não percebo nada de Direito nem de leis. Por isso não sei se a decisão da Liga de suspender o FC Porto transitou ou não em julgado; não sei se a lei que impede a participação de clubes "batoteiros" (como diria Platini) na Liga dos Campeões é ou não posterior àquilo de que os portistas são acusados - tentativa de corrupção.
Mas sei que a UEFA decidiu readmitir o FC Porto na Liga dos Campeões 08-09, pois a decisão definitiva do Conselho de Justiça da Liga não será conhecida antes do sorteio da prova. A Liga dos Campeões 2009-2010, essa já é outra história. Se até lá o "Apito Final" ficar resolvido, claro.
Ah... E também sei que na Luz está um ambiente de cortar à faca!!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Não foi só azar...

Portugal perdeu! Perdeu 2-0 com a Suiça... É certo que o jogo já não contava para nada, mas uma derrota nunca cai bem. E não basta falar apenas em azar ou "partir" o árbitro de cima a baixo! Tivemos azar: 2 bolas de golo nos ferros; Konrad Plautz esteve mal: um penalty por marcar, lance mal anulado a Postiga que daria golo, penalty inexistente que deu o segundo golo de Hakan Yakin (MVP, sem dúvida!) e um cartão vermelho a Paulo Ferreira que foi transformado em amarelo (que entrada...). Mas Portugal pouco ou nada fez para ganhar... A "equipa B" não deu garantia nenhuma!
Para a próxima será melhor. Esperemos!

sábado, 14 de junho de 2008

A "laranja mecânica" está aí!

Não dá para a Holanda jogar todos os dias?? É que depois de arrasar a Itália por 3-0, a "laranja mecânica" (tão bem se adapta a alcunha) achou por bem "despachar" a França, por meros 4-1. É um autêntico festival de ataque...
Pronto, eu assumo: desde o jogo com a Itália que fique fã da selecção de Van Basten! Talento, magia, arte a que se junta um vendaval ofensivo capaz de arrasar com qualquer defesa... Ah! E também é preciso ter um bom guarda-redes, ainda um bom treinador e aquela "estrelinha"! A Holanda tem tudo isso e mais alguma coisa.
Mas vamos ao jogo. A Holanda começou bem e com apenas 8 minutos, Dirk Kuyt abriu a contagem, após a marcação de um canto! Logo a seguir, outra vez Kuyt podia ter alargado a vantagem mas rematou para fora. E como a França não é uma equipa qualquer, procurou sempre o golo, mas esbarrou numa defesa onde Van der Sar foi grande. Assim se acabou a primeira parte, ainda com mais uma ou outra oportunidade para a "laranja" alargar a vantagem.
Para a segunda parte, Van Basten lançou Robben (supersónico!) e Van Persie que fizeram a vida num inferno ao lateral Wily Sagnol. Era o fim da macacada! Daí que com apenas 10 minutos da segunda parte, após um pormenor delicioso de Van Nistelrroy que isolou completamente Arjen Robben, Van Persie - dois recém entrados - fez o segundo golo dos holandeses. A França ao seu jeito lá continuou a tentar reduzir a desvantagem até que depois de um bom cruzamento da direita de Sagnol, Henry (quem mais poderia ser?) encostou para o fundo da baliza de Van der Sar. Podia ser este o momento para a equipa de Raymond Domenech tentar o empate. Podia, se Robben ainda estivesse no banco. Meio-minutos após o golo dos franceses, o jogador do Real Madrid pegou na bola, entrou na área, trocou os olhos a Thuram e face à má colocação de Coupet fez um golo fantástico! Acabava definitivamente o jogo e a Holanda estava nos quartos-de-final... Mesmo assim, Sneijder resolveu dar um ar da sua graça e fazer um golo sensacional. Também sou fã deste Sneijder!
O Holanda-França foi mesmo um jogo fantástico...
PS: Já se fala num Holanda-Portugal para a final de Viena. Será? Se fosse era bom... Para o futebol, claro!

FC Porto vs Benfica para a Champions

Não, não vai haver nenhum derby luso na próxima edição da Champions League. Esse derby já está a acontecer... mas fora dos relvados!
Depois da decisão de suspender o FC Porto da Liga dos Campeões da próxima época, o Comité de Apelo da UEFA deu razão ao recurso dos portistas.
A decisão foi tomada com base em dois argumentos: o Comité de Apelo quer ter a certeza sobre se a decisão da Comissão Disciplinar da Liga que condenou o FC Porto por tentativa de corrupção transitou em julgado, ou não; e quer também saber porquê que Benfica e Vitória de Guimarães não foram ouvidos.
Agora resta-nos aguardar por nova decisão da UEFA!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

"Checo-mate"

Já está!! Depois da vitória frente à República Checa por 3-1, Portugal garantiu a passagem aos "quartos".
Num jogo bem mais sofrido do que o de sábado, frente à Turquia, o triunfo assenta como uma luva à equipa de Ronaldo (perdão!, de todos nós). Principalmente pela segunda parte em que os checos se viram gregos (não, não estou a falar do trio de arbitragem) para aguentar o sufoco de Portugal. Petr Cech lá foi salvando, mas só ele e Milan Baros não chegavam para as encomendas.

Atenção que Viena é já ali!!


"Tiro o chapéu a Moutinho, porque levou uma traulitada mas continuou com a bola; Deco puxou o coelho da cartola; Ronaldo fuzilou e toma lá que é fresquinho!!!" (Pedro Sousa, RR, durante o relato do jogo)


Sir Vítor Baía


Pois bem, Vítor Baía foi condecorado pelo Presidente da República com o grau de Oficial da Ordem do Infante, no âmbito dos festejos do Dia de Portugal, que decorreram em Viana do Castelo.
Uma distinção que enche Baía de orgulho: “Este prémio é um motivo de orgulho muito grande. É um prémio por uma carreira intensa e de grande sucesso individual e colectivo”, explicou.

"Vem repor alguma justiça..."

Vítor Baía não quis, no entanto, associar a distinção a um eventual conforto pela sua exclusão da Selecção: “Uma coisa não compensa a outra, mas esta distinção vem acima de tudo repor alguma justiça ao trajecto que fiz na Selecção Nacional”, afirmou sem mais se referir a esse assunto. Que dizer deste fenomenal desportista? E que dizer deste português que nunca virou as costas a um país que muitas vezes foi injusto para consigo? E que dizer do jogador com mais títulos do Mundo? Que dizer? Apenas muito obrigado, Vítor!!

Foto: www.maisfutebol.iol.pt

terça-feira, 10 de junho de 2008

Entrevista a Pedro Sousa (RR) - Parte I

Pedro Sousa é um nome incontornável da rádio e considerado por muitos como o melhor relatador português. Em Agosto de 1986 fez o primeiro relato, Torrense-Académica, durante o período das chamadas rádios piratas. Dois anos depois, estreou-se na Rádio Renascença num Benfica-Vitória de Guimarães. Começou como colaborador mas logo passou a fazer parte da equipa desportiva liderada por Ribeiro Cristóvão. Tem uma forma única de relatar e o já está!, claro. Além disso, colabora com a Sport TV na narração de jogos de futebol internacional. Uma entrevista FUTEBOLÊS em jeito de uma conversa informal.


"SOU DO SPORTING. SEMPRE O DISSE E NUNCA O NEGUEI"


FUTEBOLÊS: De onde nasceu essa paixão pela narração?
PEDRO SOUSA: Acho que desde sempre e desde que me conheço. Com 12/13 anos simulava campeonatos virtuais com caricas. Ainda não havia Play Station.


F: O primeiro relato?
PS: Torreense-Académica, em Agosto de 1986.


F: Qual a preparação a ter para fazer um relato de um derby, por exemplo?
PS: A preparação deve ser igual para todos os jogos, mas reconheço que num jogo com maior carga emotiva, os cuidados terão que ser redobrados. Primeiro que tudo, ler e ouvir tudo, sobre esse mesmo jogo na semana que o antecede. Depois deve conhecer-se os jogadores. E quando digo conhece-los, não apenas a cara, mas a forma como correm, as reacções, as manhas, etc...


F: Um jogo especial?
PS: Vários, mas destaco 3 jogos entre Portugal e Inglaterra no Euro'2000, Euro'2004 e Mundial de 2006.


F: A final do Euro 2004 deve ter custado...
PS: Por paradoxal que pareça, durante o jogo, consigo abstrair-me emocionalmente da vontade de querer ver Portugal ganhar. Só depois do trabalho, depois de "desligar", é que tive noção da oportunidade desperdiçada.


F: Agora uma pergunta difícil: qual é, actualmente, o melhor relatador português?
PS: Perguntas difíceis, respostas fáceis, porque não quero ser desagradável com ninguém. Prefiro destacar três nomes que me marcaram muito: Ribeiro Cristóvão, Romeu Correia e Fernando Correia.


F: Ribeiro Cristóvão é o Director de Desporto da RR, mas também uma referência do jornalismo nacional.
PS: Concordo plenamente. Referência para várias gerações, onde se inclui a minha. Foi, e é, um privilégio, trabalhar com ele.

F: Como qualquer pessoa (árbitros incluídos), o Pedro deve simpatizar com algum clube...
PS: Sou do Sporting. Sempre o disse e nunca o neguei.


F: Já agora, muitos "críticos" dizem que o Pedro Sousa é a imparcialidade em pessoa! O que faz para não tornar o relato tendencioso?
PS: O segredo está em contar o que vemos e contrariamente ao que muitas pessoas possam pensar, em dar opinião, porque dificilmente um relato de futebol é um exercício jornalístico, embora isso nos levasse a uma discussão muito prolongada.


F: Qual a opinião do Pedro sobre o futebol português que, para mim, está a milhas do inglês, por exemplo?
PS: Vale o que vale, mas podia ser melhor, se o dinheiro fosse melhor distribuído. O campeonato português está para o inglês, espanhol ou italiano como está a nossa saúde, justiça e educação. Agora diferente é dizer que no futebol português emergiram e continuarão a emergir alguns dos melhores jogadores do Mundo. Que pena eles devem ter do Cristiano Ronaldo não ter nascido em Londres.


F: Portugal não tem tido grande sorte na Europa... O nosso futebol é ou não melhor do que aquilo que os grandes têm demonstrado?
PS: Nesta década o FC Porto ganhou a Liga dos Campeões, Taça UEFA e Intercontinental, o Sporting foi a uma final da UEFA, o Boavista foi a uma meia-final. Já pensaste se a França e Alemanha, por exemplo, nesta década conseguiram esse tipo de resultados? O problema está nos clubes de classe média, esses sim, estão muito abaixo.


F: Aproveitando a onda, que comentário lhe merece o processo Apito Dourado?
PS: Nada que já não se falasse há muitos anos. Mas atenção, ninguém pode cuspir para o ar. Aguardemos pelas conclusões.

(CONTINUA)

Entrevista a Pedro Sousa (RR) - Parte II

(CONTINUAÇÃO)

"GOSTO CADA VEZ MAIS DO MEU TRABALHO NA SPORTTV"


F: De onde surgiu o Já está?
PS: Nasceu pela necessidade de "carimbar" o acto de narrar o golo, da mesma forma que uma empresa tem uma ou mais frases que as identificam.


F: Também é habitual ouvirmos as expressões toma lá que é fresquinho ou pezinhos que parecem dois ferrinhos de engomar. Qual é a inspiração?
PS: Depende de tanta coisa... do momento, do jogo, dos jogadores e também do nosso estado de espírito.


F: Tem algum colega ou ex-colega que o tenha marcado especialmente?
PS: Dois ex-comentadores, infelizmente já falecidos, com quem trabalhei, que para além de referências foram dois grandes amigos. Alves dos Santos e Neves de Sousa.


F: Todos os relatadores têm uma forma de relatar diferente... O Pedro Sousa é talvez o mais emotivo, mesmo se estivermos perante um jogo fraco! O que faz para que a narração de um jogo seja algo agradável e não algo parado, sem ritmo?
PS: Nós somos os olhos dos ouvintes. Emoção sempre, mas sem desvirtuar a realidade do jogo. Nunca dizer que está a ser lagosta, quando estamos perante um prato de tremoços.


F: Se não estou enganado, penso que já ouvi o Pedro dizer que faz o que gosta e ainda lhe pagam. É mesmo assim?
PS: É efectivamente assim, mas isso teve a ver com o facto de muitas pessoas não se sentirem realizadas por não fazerem o que gostam. Logo, a produtividade é diferente.


F: Quais os ingredientes necessários para termos um bom relatador?
PS: Primeiro que tudo falar um português perceptível, que todos entendam, sem "calinadas". Depois claro a emoção, apesar de eu pensar que é algo genético que já nasce connosco. Ou seja, não é quem quer, é quem pode.



F: Diz-se que Pedro Sousa e Bernardino Barros fazem a dupla perfeita.
PS: Nunca pensei nisso. Mas gosto muito de trabalhar com ele.


F: Todos nós por vezes fazemos relatos nem que seja de um jogo de Pro Evolution. O que diria a quem quiser seguir a carreira de jornalista desportivo?
PS: Muita prática. 90% de transpiração e 10% de inspiração, tal como os jogadores de futebol.


F: Prefere a rádio ou a televisão? A rádio por certo...
PS: A rádio pelo encanto que encerra. Mas gosto cada vez mais do meu trabalho no futebol internacional na Sport TV.


F: Para terminar, Jorge Perestrelo era uma figura do jornalismo nacional, quanto a mim algo parecido com o Pedro. Concorda?
PS: Não concordo. Era muito amigo dele, fez o último relato ao meu lado, almoçamos juntos nesse dia, mas são estilos completamente diferentes. O Jorge influenciou muita gente da minha geração, mas entre nós, só encontro algum paralelo na carga emotiva, porque a forma de relatar é distinta.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Finalmente!!

Finalmente vi um jogo "a sério" no Euro'08!!

Holanda vs Itália: 3-0, grande jogo! Emoção, ritmo e principalmente golos... É de golos que vive o futebol.
A "laranja mecânica" arrasou completamente os campeões do Mundo, muito por culpa da inspiração de homens como Van Bronckhorst (MVP), Sneijder, Kuyt e Van der Vaart (meteu Pirlo -sim, Pirlo- num bolso), mas também graças a um jogo soberbo do colectivo. A equipa de Van Basten fez um jogo à italiana, cheio de cinismo e com contra-ataques fantásticos!

Mas lembrar também que no primeiro golo, Van Nistelrooy estava acampado... Mas quem ousa contestar a vitória holandesa?? Eu, não!

Depois deste jogo, a Holanda fica na linha da frente para ganhar o Europeu... Pelo menos lidera o "grupo da morte". Veremos!

domingo, 8 de junho de 2008

Futebolês

Futebolês!! Cá está mais um blog pra juntar aos milhentos que há por aí... Não é preciso explicar em que consiste pois não??

Bem, talvez seja melhor! Futebolês é um blog criado pra falar das minhas paixões: futebol e comunicação (rádio, bem entendido).

Espero que gostem!!